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A dieta da mente David Perlmutter

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mas é importante compreender que o diabetes é um poderoso fator de risco<br />

para o declínio cognitivo simples. Isto é particular<strong>mente</strong> ver<strong>da</strong>de entre<br />

indivíduos que controlam mal o diabetes. Um exemplo claro: em junho de 2012,<br />

a revista Archives of Neurology publicou uma análise de 3069 idosos para<br />

determinar se o diabetes aumenta o risco de declínio cognitivo e se um<br />

controle ruim do nível de açúcar no sangue está relacionado a uma piora no<br />

de​sem​pe​nho cog​ni​ti​vo.7 Numa avaliação inicial, cerca de 23% dos participantes<br />

tinham diabetes, enquanto os 77% restantes não tinham (proposital<strong>mente</strong>, os<br />

pesquisadores escolheram um “grupo variado de adultos de i<strong>da</strong>de avança<strong>da</strong> com<br />

boas funções”). Um pequeno percentual, porém, <strong>da</strong>queles 77% viriam a<br />

desenvolver diabetes durante os nove anos do estudo. No início <strong>da</strong> pesquisa,<br />

uma série de testes cognitivos foi realiza<strong>da</strong>. Os testes foram repetidos ao longo<br />

dos nove anos se​guin​tes.<br />

A conclusão afirmava o seguinte: “Entre adultos de i<strong>da</strong>de avança<strong>da</strong> com<br />

boas funções, o DM [diabetes mellitus] e o mau controle <strong>da</strong> glicose entre<br />

aque​les com DM estavam associados a funções cognitivas piores e declínio mais<br />

acentuado. Isso indica que a severi<strong>da</strong>de do DM pode contribuir para a<br />

aceleração do envelhecimento cognitivo”. Os pesquisadores demonstraram uma<br />

di​fe​ren​ça bas​tan​te for​te na taxa de de​clí​nio men​tal en​tre aque​les com di​a​be​tes, se<br />

comparados aos não diabéticos. É ain<strong>da</strong> mais interessante notar que, como os<br />

autores observaram, já no início do estudo as notas cognitivas de base dos<br />

diabéticos eram inferiores às do grupo de controle. O estudo também descobriu<br />

uma relação direta entre a taxa de declínio cognitivo e níveis mais altos de<br />

hemoglobina A1C, um marcador do controle do nível de glicose no sangue. Os<br />

autores afirmaram: “A hiperglicemia (nível elevado de açúcar no sangue) foi<br />

proposta como mecanismo que pode contribuir para a associação entre o<br />

diabetes e reduzir as funções cognitivas”. Mais adiante, eles afirmam que “a<br />

hiperglicemia pode contribuir para uma per<strong>da</strong> cognitiva através de mecanismos<br />

como a formação de produtos finais de glicação avança<strong>da</strong>, inflamações e<br />

do​en​ças mi​cro​vas​cu​la​res”.<br />

Antes que eu explique o que são os produtos finais de glicação avança<strong>da</strong> e<br />

como eles são formados, vamos nos debruçar sobre outro estudo, anterior,<br />

feito em 2008. Esse estudo, <strong>da</strong> Clínica Mayo, publicado na revista Archives of<br />

Neu​ro​logy, investigou a duração dos efeitos do diabetes numa pessoa. Em outras<br />

palavras, a quanti<strong>da</strong>de de tempo com diabetes interfere na severi<strong>da</strong>de do<br />

declínio cognitivo? Adivinhe. Os números são de arregalar os olhos: segundo as<br />

conclusões <strong>da</strong> Clínica Mayo, se o diabetes começa antes de a pessoa completar<br />

65 anos, o risco de comprometimento cognitivo leve aumenta em espantosos<br />

220%. E o risco de comprometimento cognitivo leve em indivíduos que têm

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