A dieta da mente David Perlmutter
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Foi demonstrado que a incidência de Alzheimer entre os imigrantes nigerianos<br />
vivendo nos EUA aumentou, se compara<strong>da</strong> aos parentes que permaneceram na<br />
Nigéria. Genetica<strong>mente</strong>, os nigerianos que se mu<strong>da</strong>ram para os Estados Unidos<br />
eram iguais aos parentes que permaneceram.11 Tudo que mudou foi o ambiente<br />
— especifica<strong>mente</strong>, a ingestão calórica. A pesquisa concentrou-se clara<strong>mente</strong> nos<br />
efeitos negativos de um consumo de calorias mais alto sobre a saúde cerebral.<br />
Se a perspectiva de reduzir seu consumo de calorias em 30% parece<br />
assustadora, pense no seguinte: em média, consumimos 523 calorias a mais por<br />
dia do que em 1970.12 Com base em <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> Organização <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s<br />
para Alimentação e Agricultura, o adulto americano médio consome 3770<br />
calorias por dia.13 A maioria consideraria um consumo calórico “normal” em<br />
torno de 2 mil calorias diárias, para mulheres, e 2550, para homens (com<br />
exigências maiores segundo o nível de ativi<strong>da</strong>de/ exercício). Um corte de 30%<br />
nas calorias, de uma média de 3770 por dia, resulta em 2640 calorias.<br />
Grande parte do aumento de nosso consumo de calorias se deve ao açúcar.<br />
O americano médio consome entre 45 e setenta quilos de açúcar refinado por<br />
ano — o que reflete um aumento de 25% so<strong>mente</strong> nas três últimas déca<strong>da</strong>s.14<br />
Portanto, concentrar-se apenas na redução <strong>da</strong> ingestão de açúcar já seria meio<br />
caminho an<strong>da</strong>do para alcançar uma redução significativa na ingestão de calorias,<br />
o que obvia<strong>mente</strong> aju<strong>da</strong>ria na per<strong>da</strong> de peso. Com efeito, a obesi<strong>da</strong>de<br />
propria<strong>mente</strong> dita está associa<strong>da</strong> a níveis reduzidos de BDNF, assim como a<br />
elevação do açúcar no sangue. É bom lembrar ain<strong>da</strong> que um aumento do BDNF<br />
acarreta o benefício extra de uma redução no apetite. É o que eu chamo de<br />
duplo benefício.<br />
Mas se os números acima ain<strong>da</strong> não são suficientes para motivá-lo no<br />
sentido de uma <strong>dieta</strong> que ajude seu cérebro, o mesmo processo que ativa a<br />
produção de BDNF pode, em muitos aspectos, ser ativado por jejuns<br />
intermitentes. Vamos discutir mais amplamente o jejum no capítulo 7.<br />
Porém, na ver<strong>da</strong>de, os efeitos benéficos do tratamento de condições<br />
neurológicas por meio <strong>da</strong> restrição calórica não são novi<strong>da</strong>de para a ciência<br />
moderna; eles são conhecidos desde a Antigui<strong>da</strong>de. A restrição calórica foi o<br />
primeiro tratamento eficaz para crises epiléticas na história <strong>da</strong> medicina. Mas<br />
agora sabemos como e por que ela é tão eficaz. Ela confere profun<strong>da</strong> proteção<br />
neurológica, estimula o crescimento de novas células cerebrais e permite que as<br />
redes neurais existentes expan<strong>da</strong>m sua esfera de influência (isto é,<br />
neuroplastici<strong>da</strong>de).<br />
Embora a ingestão reduzi<strong>da</strong> de calorias esteja bem documenta<strong>da</strong> no que diz<br />
respeito à promoção <strong>da</strong> longevi<strong>da</strong>de em diversas espécies — inclusive<br />
nematódeos, roedores e macacos —, as pesquisas também demonstraram que