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A dieta da mente David Perlmutter

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quem soe dessa doença tem um aumento significativo na produção de radicais<br />

livres, e os <strong>da</strong>nos que isso provoca afetam a gordura, as proteínas e até o DNA<br />

do corpo.16 Como se não bastasse, também se perde a capaci<strong>da</strong>de de produzir<br />

substâncias antioxi<strong>da</strong>ntes no corpo, devido à reação do sistema imunológico ao<br />

glúten. Caem, em especial, os níveis de glutationa, um importante antioxi<strong>da</strong>nte<br />

do cérebro, assim como os de vitamina E, retinol e vitamina C no sangue.<br />

Todos são fun<strong>da</strong>mentais no controle dos radicais livres do corpo. É como se a<br />

presença do glúten desativasse o sistema imunológico, a ponto de ele não<br />

conseguir auxiliar as defesas naturais do corpo. Então eu pergunto: se a<br />

sensibili<strong>da</strong>de ao glúten pode comprometer o sistema imunológico, a que outras<br />

coi​sas ele tam​bém pode abrir as por​tas?<br />

Pesquisas recentes mostraram que a reação do sistema imunológico ao<br />

glúten leva à ativação de moléculas sinalizadoras, que basica<strong>mente</strong> ativam os<br />

processos inflamatórios e, mais do que isso, estimulam uma chama<strong>da</strong> enzima<br />

COX-2, que leva a uma produção maior de substâncias químicas<br />

in​fla​ma​tó​ri​as.17 Se você já ouviu falar em remédios como Celebra, ibuprofeno<br />

ou até aspirina, já sabe o que é a enzima COX-2, responsável pela dor e pelos<br />

processos inflamatórios no corpo. Na prática, essas drogas bloqueiam a ação <strong>da</strong><br />

enzima, reduzindo, assim, a inflamação. Níveis elevados de outra molécula<br />

inflamatória, chama<strong>da</strong> TNF alfa, também foram observados em pacientes de<br />

doença celíaca. Elevações dessa citocina são um sinal característico do<br />

Alzheimer e de pratica<strong>mente</strong> to<strong>da</strong>s as demais condições neurodegenerativas.<br />

Con​clu​são: a sensibili<strong>da</strong>de ao glúten — com ou sem a presença de doença celíaca — aumenta a<br />

produção de citocinas inflamatórias, e estas são decisivas nas condições neurodegenerativas. Além<br />

disso, nenhum órgão é mais suscetível aos efeitos deletérios dos processos<br />

inflamatórios que o cérebro. Embora a barreira hematoencefálica sirva como<br />

uma espécie de guardiã para que certas moléculas não passem ao cérebro pela<br />

corrente sanguínea, esse sistema não é infalível. Diversas substâncias se<br />

esgueiram por esse portal, provocando efeitos indesejáveis (adiante entrarei em<br />

maiores detalhes a respeito dessas moléculas inflamatórias e a forma como<br />

po​de​mos usar os ali​men​tos para com​ba​tê-las).<br />

Já é hora de criarmos um novo padrão para aquilo que consideramos<br />

“sensível ao glúten”. O problema com o glúten é muito maior do que se<br />

ima​gi​na.<br />

O GLÚ​TEN GLU​TÃO NA ALI​MEN​TA​ÇÃO CON​TEM​PORÂ​NEA

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