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A dieta da mente David Perlmutter

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cerebrais; outra é organizar essas células numa rede que funciona<br />

harmonica<strong>mente</strong>. Nós não nos tornamos “mais espertos” apenas pela produção<br />

de novas células cerebrais. Precisamos ser capazes de interconectar essas<br />

células na rede neural existente. Do contrário, elas vagarão sem rumo e<br />

acabarão morrendo. Uma maneira de fazer isso é aprender coisas novas. Em um<br />

estudo de 2007, neurônios recém-nascidos de camundongos se integraram às<br />

redes cerebrais quando eles aprenderam a se orientar num labirinto aquático.12<br />

Essa é uma tarefa que exige mais força cognitiva que capaci<strong>da</strong>de física. Os<br />

pesquisadores também observaram que as novas células tinham limitações em<br />

relação àquilo que conseguiam fazer; não eram capazes, por exemplo, de aju<strong>da</strong>r<br />

os camundongos a realizar outras tarefas cognitivas além do labirinto. Para<br />

fazer isso, os camundongos teriam que fazer esforço físico, o que estimularia<br />

es​sas cé​lu​las no​vas a se tor​nar ágeis e cog​ni​ti​va​men​te fle​xí​veis.<br />

E é aí que mora o benefício oculto dos exercícios: eles tornam os<br />

neurônios ágeis e flexíveis para várias tarefas diferentes. Não sabemos como os<br />

exercícios facilitam as transformações <strong>da</strong> <strong>mente</strong> em nível molecular, mas<br />

sabemos que o BDNF tem influência, fortalecendo as células e os axônios,<br />

enrijecendo as conexões entre os neurônios e desencadeando a neurogênese. Esta<br />

aumenta a capaci<strong>da</strong>de do cérebro de aprender coisas novas, o que, por sua vez,<br />

fortalece essas novas células cerebrais e reforça ain<strong>da</strong> mais a rede neural.<br />

Lembre-se ain<strong>da</strong> de que níveis mais elevados de BDNF estão relacionados a uma<br />

redução do apetite. Por isso, para aqueles indivíduos incapazes de controlar o<br />

ape​ti​te, isso re​pre​sen​ta mais um mo​ti​vo para se exer​ci​tar.<br />

Com a compreensão <strong>da</strong> relação do BDNF com o exercício, os<br />

pesquisadores passaram a examinar o efeito do exercício físico em pessoas que<br />

têm risco ou já soem de transtornos e doenças cerebrais. Num artigo recente<br />

para o Journal of the American Medical Association, o professor Nicola Lautenschlager,<br />

<strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Austrália Ocidental, descobriu que indivíduos idosos que se<br />

exercitaram regular<strong>mente</strong> por um período de 24 semanas tiveram uma melhora<br />

de 1800% nas medições de memória, capaci<strong>da</strong>de linguística, atenção e outras<br />

importantes funções cognitivas, quando comparados a um grupo de controle.13<br />

O grupo que se exercitou fez aproxima<strong>da</strong><strong>mente</strong> 142 minutos de ativi<strong>da</strong>de física<br />

semanal, o que dá uma média de vinte minutos diários. Os pesquisadores<br />

atribuíram essa melhora a um fluxo sanguíneo superior, ao surgimento de<br />

novos vasos sanguíneos e de novas células cerebrais e a uma melhora <strong>da</strong><br />

“plas​ti​ci​<strong>da</strong>​de” do cé​re​bro.<br />

Num estudo similar, pesquisadores de Harvard identificaram uma forte<br />

associação entre os exercícios e as funções cognitivas em mulheres idosas,<br />

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