A dieta da mente David Perlmutter
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
uma transmissão rápi<strong>da</strong> de informações. Um neurônio incapaz de transmitir<br />
mensagens é um neurônio inútil, e a única coisa que faz sentido é jogá-lo fora,<br />
como lixo. Esses restos são o marco <strong>da</strong> doença cerebral. Essencial<strong>mente</strong>, o<br />
colesterol age como um facilitador para que o cérebro se comunique e funcione<br />
adequa<strong>da</strong>mente.<br />
Além disso, o colesterol serve como um poderoso antioxi<strong>da</strong>nte no<br />
cérebro. Ele protege o cérebro contra os efeitos <strong>da</strong>nosos dos radicais livres. O<br />
colesterol é um precursor de importantes hormônios esteroides, como o<br />
estrogênio e os androgênios, assim como a vitamina D, um antioxi<strong>da</strong>nte solúvel<br />
em gordura e de importância crucial. A vitamina D também serve como um<br />
poderoso anti-inflamatório e aju<strong>da</strong> a livrar o corpo de agentes infecciosos que<br />
podem levar a doenças que põem a vi<strong>da</strong> em risco. Na ver<strong>da</strong>de, a vitamina D não<br />
é real<strong>mente</strong> uma vitamina, mas age no corpo mais como um esteroide ou um<br />
hormônio. Considerando que a vitamina D é forma<strong>da</strong> direta<strong>mente</strong> a partir do<br />
colesterol, não surpreende saber que os níveis de vitamina D são baixos em<br />
quem soe de doenças neurodegenerativas varia<strong>da</strong>s como Parkinson, Alzheimer<br />
e esclerose múltipla. Em geral, à medi<strong>da</strong> que envelhecemos, os níveis de<br />
colesterol aumentam no corpo. Isso é bom, pois, no envelhecimento, a<br />
produção de radicais livres também aumenta. O colesterol pode oferecer certo<br />
grau de proteção contra esses radicais livres.<br />
E para além do cérebro o colesterol desempenha outros papéis vitais na<br />
saúde e na fisiologia humanas. Os sais biliares liberados pela vesícula biliar,<br />
fun<strong>da</strong>mental<strong>mente</strong> importantes para a digestão de gordura e, portanto, para a<br />
absorção de vitaminas solúveis em gordura como A, D e K, são feitos de<br />
colesterol. Assim, estar com um nível baixo de colesterol no corpo<br />
compromete a capaci<strong>da</strong>de de digerir gordura. Também solapa o delicado<br />
equilíbrio dos eletrólitos em seu corpo, que o colesterol aju<strong>da</strong> a gerir. Na<br />
ver<strong>da</strong>de, o corpo tanto enxerga o colesterol como um importante colaborador<br />
que to<strong>da</strong>s as células têm um jeito de obter seu próprio estoque.<br />
O que isso significa, então, no que diz respeito às recomen<strong>da</strong>ções<br />
alimentares? Durante anos disseram que devíamos nos concentrar em<br />
alimentos de “baixo colesterol”, mas na ver<strong>da</strong>de alimentos ricos em colesterol,<br />
como os ovos, também são de grande aju<strong>da</strong> e devem ser considerados<br />
“alimentos para o cérebro”. Durante mais de 2 milhões de anos ingerimos<br />
alimentos ricos em colesterol. Como a esta altura você já sabe, o ver<strong>da</strong>deiro<br />
culpado, no que diz respeito à saúde e às funções cerebrais, são os alimentos de<br />
alto índice glicêmico — basicamente, ricos em carboidratos.<br />
Um dos mitos mais persistentes que eu não me canso de desmentir é a<br />
ideia de que o cérebro prefere a glicose como combustível. Na<strong>da</strong> poderia estar