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A dieta da mente David Perlmutter

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QUAN​TO MAIS VOCÊ EN​GOR​DA,<br />

ME​NOR FICA O SEU CÉ​RE​BRO<br />

A maioria <strong>da</strong>s pessoas tem uma ideia razoável de que carregar peso extra é<br />

ruim para elas. Mas se você precisa de apenas uma razão a mais para perder os<br />

quilos em excesso, talvez o medo de perder a cabeça — física e literal<strong>mente</strong> —<br />

vai mo​ti​vá-lo a ti​rar o tra​sei​ro <strong>da</strong> ca​dei​ra.<br />

Quando eu estava na facul<strong>da</strong>de de medicina, o pensamento corrente era que<br />

as células adiposas eram, basica<strong>mente</strong>, armazenadoras onde o excesso<br />

indesejável podia ser mantido silenciosa<strong>mente</strong> à parte. Mas essa perspectiva<br />

estava completa<strong>mente</strong> erra<strong>da</strong>. Hoje sabemos que as células adiposas<br />

desempenham na fisiologia humana um papel muito maior do que<br />

simples<strong>mente</strong> armazenar calorias. As massas de gordura corporal formam<br />

órgãos hormonais complexos e sofisticados, que são tudo, menos passivos. Sim,<br />

você leu isso mesmo: a gordura é um ór​gão.18 E um órgão que pode ser um dos<br />

mais industriosos do corpo, desempenhando várias funções além de nos<br />

manter aquecidos e protegidos. Isso é particular<strong>mente</strong> ver<strong>da</strong>deiro em relação à<br />

gordura visceral — aquela que envolve nossos órgãos internos, “viscerais”,<br />

como o fígado, os rins, o pâncreas, o coração e os intestinos. A gordura visceral<br />

foi muito abor<strong>da</strong><strong>da</strong> pela mídia, nos últimos anos, por um bom motivo: hoje<br />

sabemos que é o tipo de gordura mais devastador para nossa saúde. Podemos<br />

lamentar coxas que se encostam, o músculo do tchauzinho, os pneuzinhos, as<br />

celulites e os popozões, mas o pior de todos os tipos de gordura é aquele que<br />

não podemos ver, sentir ou tocar. Em casos extremos, podemos vê-la em<br />

barrigas salientes e dobrinhas, que são sinais exteriores de órgãos internos<br />

envolvidos por gordura (exata<strong>mente</strong> por isso, a medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> cintura costuma ser<br />

uma medi<strong>da</strong> de “saúde”; quanto maior a circunferência <strong>da</strong> cintura, maior o<br />

ris​co de do​en​ças e mor​te).19<br />

Já está evidenciado que a gordura visceral tem uma capaci<strong>da</strong>de singular de<br />

desencadear processos inflamatórios no corpo, assim como de sinalizar<br />

moléculas que perturbam as ações hormonais normais do corpo.20 Isso, por<br />

sua vez, mantém em movimento o efeito cascata negativo <strong>da</strong> gordura visceral.<br />

Para piorar as coisas, ela faz mais do que apenas gerar inflamações futuras<br />

através de uma cadeia de eventos biológicos; a própria gordura se inflama. Esse<br />

tipo de gordura é abrigo para inúmeros glóbulos brancos inflamatórios. Na<br />

ver<strong>da</strong>de, as moléculas hormonais e inflamatórias produzi<strong>da</strong>s pela gordura<br />

visceral são joga<strong>da</strong>s direta<strong>mente</strong> no fígado, que, como você pode imaginar,<br />

reage com outra carga de munição (isto é, reações inflamatórias e substâncias

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