A dieta da mente David Perlmutter
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apresenta<strong>da</strong> pela primeira vez pelo geneticista James Neel em 1962, para tentar<br />
explicar por que o diabetes tipo 2 tem uma base genética tão forte e resulta em<br />
efeitos tão negativos favorecidos pela seleção natural. Segundo essa teoria, os<br />
genes que predispõem uma pessoa ao diabetes eram historica<strong>mente</strong> vantajosos.<br />
Eles aju<strong>da</strong>vam as pessoas a engor<strong>da</strong>r rapi<strong>da</strong><strong>mente</strong> quando havia comi<strong>da</strong><br />
disponível, uma vez que longos períodos de escassez de comi<strong>da</strong> eram<br />
inevitáveis. Mas assim que a socie<strong>da</strong>de moderna mudou nossa forma de acesso à<br />
comi<strong>da</strong>, embora os genes ugais permaneçam ativos, eles já não são<br />
necessários — pois nos preparam, essencial<strong>mente</strong>, para uma fome que nunca<br />
acontece. Acredita-se que nossos genes ugais também sejam responsáveis pela<br />
epidemia de obesi<strong>da</strong>de, intimamente liga<strong>da</strong> ao diabetes.<br />
Infeliz<strong>mente</strong>, levam-se de 40 mil a 70 mil anos para que ocorram<br />
mu<strong>da</strong>nças no genoma significativas o bastante para nos a<strong>da</strong>ptarmos a uma<br />
mu<strong>da</strong>nça tão drástica em nossa dieta, e para que nossos genes frugais comecem a<br />
pensar em ignorar a instrução para “armazenar gordura”. Embora alguns de nós<br />
gostemos de pensar que os genes que levam ao aumento e à retenção <strong>da</strong> gordura<br />
são um mal, que dificulta a per<strong>da</strong> de peso e a manutenção <strong>da</strong> forma, a reali<strong>da</strong>de<br />
é que todos nós carregamos o “gene <strong>da</strong> gordura”. É parte <strong>da</strong> nossa constituição e,<br />
durante a maior parte de nossa existência no planeta, ele nos manteve vivos.<br />
Nossos antepassados não tiveram qualquer exposição importante aos<br />
carboidratos, exceto, talvez, no final dos verões, quando as utas amadureciam.<br />
É interessante notar que esse tipo de carboidrato tenderia a elevar a criação e o<br />
acúmulo de gordura, de modo a sobreviver ao inverno, quando a<br />
disponibili<strong>da</strong>de de comi<strong>da</strong> e calorias era menor. Agora, no entanto, estamos<br />
<strong>da</strong>ndo a nossos corpos a ordem de armazenar gordura 365 dias por ano. E<br />
através <strong>da</strong> ciência estamos descobrindo as consequências disso.<br />
O Estudo do Coração de Framingham que mencionei no primeiro capítulo,<br />
no qual se examinou o declínio cognitivo dos participantes e foi identifica<strong>da</strong><br />
uma associação linear entre colesterol total e desempenho cognitivo, é apenas a<br />
ponta do iceberg. No outono de 2012, o Journal of Alzheimer’s Disease publicou uma<br />
pesquisa <strong>da</strong> Clínica Mayo revelando que pessoas mais velhas que enchem o<br />
prato de carboidratos têm um risco quase quatro vezes maior de desenvolver<br />
<strong>da</strong>no cognitivo brando (em inglês, MCI), considerado um precursor do mal de<br />
Alzheimer. Sinais de MCI incluem dificul<strong>da</strong>des de memória, linguagem,<br />
raciocínio e julgamento. Esse estudo específico concluiu que aqueles com <strong>dieta</strong>s<br />
mais ricas em gorduras saudáveis tinham um risco 42% menor de soer <strong>da</strong>nos<br />
cognitivos; e aqueles que faziam a maior ingestão de proteínas de fontes<br />
saudáveis como frango, carnes e peixes tinham uma redução de 21% no risco.2<br />
Estudos anteriores, avaliando padrões de <strong>dieta</strong> e o risco de demência,