A dieta da mente David Perlmutter
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formação de ages. Mas, clara<strong>mente</strong>, a melhor forma de impedir essa formação é,<br />
antes de tudo, reduzir a disponibili<strong>da</strong>de de açúcar.<br />
Além de apenas causar inflamações e <strong>da</strong>nos mediados pelos radicais<br />
livres, os AGES estão associados a <strong>da</strong>nos aos vasos sanguíneos, e acredita-se que<br />
expliquem a correlação entre o diabetes e os problemas vasculares. Como<br />
observei no capítulo anterior, o risco de doenças arteriais coronarianas<br />
aumenta dramatica<strong>mente</strong> nos diabéticos, assim como o risco de derrames.<br />
Muitos diabéticos soem de <strong>da</strong>nos importantes aos vasos sanguíneos que<br />
irrigam o cérebro. Mesmo que não tenham Alzheimer, podem soer de<br />
demência causa<strong>da</strong> por esse problema de irrigação sanguínea.<br />
Anterior<strong>mente</strong> expliquei que o LDL — o chamado “colesterol ruim” — é<br />
uma importante proteína transportadora, que leva o colesterol vital para as<br />
células cerebrais. Só quando ele se oxi<strong>da</strong> é que cria problemas nos vasos<br />
sanguíneos. E atual<strong>mente</strong> compreendemos que quando o LDL se torna glicado<br />
(afinal de contas, é uma proteína), isso aumenta drasticamente sua oxi<strong>da</strong>ção.<br />
Tudo que dissermos sobre a relação entre o estresse oxi<strong>da</strong>tivo e o açúcar<br />
será pouco. Quando as proteínas são glica<strong>da</strong>s, a quanti<strong>da</strong>de de radicais livres<br />
que se forma é multiplica<strong>da</strong> por cinquenta; isso leva à per<strong>da</strong> de funções<br />
celulares e, por fim, à morte <strong>da</strong> célula.<br />
Isso chama nossa atenção para a relação poderosa entre a produção de<br />
radicais livres, o estresse oxi<strong>da</strong>tivo e o declínio cognitivo. Sabemos que o<br />
estresse oxi<strong>da</strong>tivo está direta<strong>mente</strong> relacionado à degeneração cerebral.14<br />
Pesquisas mostram que os <strong>da</strong>nos aos lipídios, às proteínas, ao DNA e ao RNA<br />
pelos radicais livres ocorre no início do processo de per<strong>da</strong> cognitiva, e muito<br />
antes dos sinais de doenças neurológicas sérias como o Alzheimer, o Parkinson<br />
e a als. Infeliz<strong>mente</strong>, quando o diagnóstico ocorre, o mal já está feito. A lição é<br />
que se você quiser reduzir o estresse oxi<strong>da</strong>tivo e a ação dos radicais livres que<br />
prejudicam seu cérebro, você tem que reduzir a glicação de proteínas, o que<br />
quer dizer limitar a disponibili<strong>da</strong>de de açúcar. Simples assim.<br />
A maioria dos médicos, em sua prática cotidiana, emprega rotineiramente a<br />
medição de uma proteína glica<strong>da</strong>. Eu já a mencionei: a hemoglobina A1C. É a<br />
mesma medi<strong>da</strong> laboratorial padrão usa<strong>da</strong> para o controle do nível de açúcar no<br />
sangue dos diabéticos. Por isso, embora seu médico possa estar medindo sua<br />
hemoglobina A1C de tempos em tempos para controlar seu nível de açúcar no<br />
sangue, o fato de ser uma proteína glica<strong>da</strong> tem amplas e extrema<strong>mente</strong><br />
importantes consequências para a saúde do seu cérebro. Vamos <strong>da</strong>r uma olha<strong>da</strong><br />
na hemoglobina A1C para além do simples fato de representar uma medi<strong>da</strong> fácil<br />
do nível médio de açúcar no sangue ao longo de um período de noventa a 120<br />
dias.