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A dieta da mente David Perlmutter

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tronco” cerebral a ca<strong>da</strong> minuto de nossas vi<strong>da</strong>s. Isso deu origem a uma nova<br />

ci​ên​cia, cha​ma​<strong>da</strong> “neu​ro​plas​ti​ci​<strong>da</strong>​de”.<br />

A revelação de que a neurogênese ocorre no ser humano durante to<strong>da</strong> a<br />

vi<strong>da</strong> deu aos neurocientistas do mundo inteiro um novo e empolgante ponto de<br />

referência, com consequências que atingem pratica<strong>mente</strong> todo o leque de<br />

transtornos cerebrais.5 Também trouxe esperança àqueles que buscam pistas<br />

para interromper, reverter ou até curar as doenças cerebrais progressivas. A<br />

ideia <strong>da</strong> regeneração dos neurônios cerebrais criou um novo nível de<br />

motivação nos cientistas dedicados ao estudo <strong>da</strong>s desordens<br />

neurodegenerativas. Também abriu o caminho para novos tratamentos que<br />

transformem a vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s pessoas que soeram lesões ou doenças cerebrais<br />

graves. No livro O cérebro que se transforma: Como a neurociência pode curar as pessoas,<br />

Norman Doidge conta histórias reais que provam o quanto nosso cérebro — e<br />

nosso potencial humano — é a<strong>da</strong>ptável.6 Se vítimas de derrames podem<br />

reaprender a falar e pessoas nasci<strong>da</strong>s com apenas parte do cérebro podem<br />

treiná-lo e reprogramá-lo para funcionar como um cérebro inteiro, imagine as<br />

possibili<strong>da</strong>des para aqueles de nós que esperam apenas preservar as próprias<br />

fa​cul​<strong>da</strong>​des men​tais.<br />

A pergunta que não quer calar: é possível criar novos neurônios<br />

cerebrais? Em outras palavras, o que influencia a neurogênese? E o que<br />

po​de​mos fa​zer para es​ti​mu​lar esse pro​ces​so na​tu​ral?<br />

Esse processo, como seria de esperar, é controlado pelo nosso DNA.<br />

Especifica<strong>mente</strong>, um gene localizado no cromossomo 11 que tem o código <strong>da</strong><br />

produção de uma proteína chama<strong>da</strong> “fator neurotrófico derivado do cérebro”,<br />

o u BDNF. O BDNF desempenha um papel fun<strong>da</strong>mental na criação de novos<br />

neurônios. Mas além de seu papel na neurogênese, o BDNF protege os<br />

neurônios existentes, garantindo sua capaci<strong>da</strong>de de sobrevivência ao mesmo<br />

tempo em que estimula a formação de sinapses, a conexão de um neurônio ao<br />

outro — processo vital para o raciocínio, o aprendizado e níveis mais altos de<br />

funcionamento cerebral. Na ver<strong>da</strong>de, pesquisas mostram níveis inferiores de<br />

BDNF em pacientes de Alzheimer, o que, considerando o que se sabe sobre o<br />

funcionamento do BDNF, não é motivo de surpresa.7 Mais surpreendente<br />

talvez seja a relação do BDNF com uma série de condições neurológicas,<br />

inclusive a epilepsia, a anorexia nervosa, a depressão, a esquizoenia e o<br />

trans​tor​no ob​ses​si​vo-com​pul​si​vo.<br />

Agora temos uma compreensão firme dos fatores que fazem nosso DNA<br />

pro​du​zir BDNF. E feliz<strong>mente</strong> esses fatores estão, na maioria, sob nosso controle<br />

direto. O gene que aciona o BDNF é ativado por uma série de hábitos pessoais,<br />

que incluem exercícios físicos, restrição calórica, uma <strong>dieta</strong> cetogênica e o

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