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A dieta da mente David Perlmutter

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palavras, aprendemos a evitar os acidentes e as doenças <strong>da</strong> infância. Não<br />

aprendemos, infeliz<strong>mente</strong>, a prevenir e combater as doenças que nos atingem<br />

quando envelhecemos. E, embora possamos argumentar que hoje existem<br />

tratamentos muito mais eficazes para vários males, isso não apaga a constatação<br />

de que milhões de pessoas soem desnecessaria<strong>mente</strong> de condições que<br />

poderiam ter sido evita<strong>da</strong>s. Quando elogiamos a expectativa média de vi<strong>da</strong> dos<br />

Es​ta​dos Uni​dos hoje, não po​de​mos nos es​que​cer <strong>da</strong> qua​li​<strong>da</strong>​de de vi<strong>da</strong>.<br />

Quando eu estava na facul<strong>da</strong>de de medicina, déca<strong>da</strong>s atrás, minha<br />

formação girou em torno do diagnóstico e do tratamento <strong>da</strong>s doenças, ou,<br />

conforme o caso, como curar ca<strong>da</strong> mal com remédio ou terapia. Aprendi a<br />

reconhecer os sintomas e a chegar a uma solução que os atacasse. Desde então,<br />

muita coisa mudou, não só porque diminuiu a probabili<strong>da</strong>de de encontrarmos<br />

doenças de tratamento e cura fáceis, mas porque viemos a compreender muitas<br />

de nossas doenças crônicas contemporâneas pela lente de um denominador<br />

comum: o processo inflamatório. Portanto, em vez de identificar doenças<br />

infecciosas e atacar os males cujos culpados já são conhecidos — como os<br />

germes, os vírus e as bactérias —, os médicos de hoje se veem diante de um<br />

nú​me​ro in​fin​dá​vel de con​di​ções para as quais eles não têm res​pos​tas cla​ras. Não<br />

tenho como escrever uma receita para curar o câncer de alguém, superar uma<br />

dor inexplicável, reverter instantanea<strong>mente</strong> o diabetes ou restaurar um cérebro<br />

que foi apagado pelo mal de Alzheimer. Posso, certa<strong>mente</strong>, tentar mitigar os<br />

sintomas e cui<strong>da</strong>r <strong>da</strong> reação do corpo. Mas existe uma grande diferença entre<br />

tra​tar a raiz de uma do​en​ça e ape​nas man​ter afas​ta​dos os seus sin​to​mas. Um dos<br />

meus filhos estu<strong>da</strong> medicina, e a relação com ele me faz perceber como os<br />

tempos mu<strong>da</strong>ram no meio acadêmico. Os futuros médicos já não aprendem<br />

apenas como diagnosticar e tratar; eles recebem formação para pen​sar de uma<br />

maneira que ajude a li<strong>da</strong>r com as epidemias contemporâneas, muitas delas<br />

en​rai​za​<strong>da</strong>s em pro​ces​sos in​fla​ma​tó​ri​os fora de con​tro​le.<br />

Antes de chegar à conexão entre esses processos inflamatórios e o cérebro,<br />

proponho uma reflexão sobre aquilo que considero uma <strong>da</strong>s mais monumentais<br />

descobertas de nosso tempo: a origem dos problemas cerebrais é, em muitos<br />

casos, predominante<strong>mente</strong> alimentar. Embora diversos fatores contribuam para<br />

a gênese e a evolução dos problemas cerebrais, diversos males neurológicos<br />

refletem, em grande parte, o equívoco de ingerir carboidratos em excesso e<br />

gorduras saudáveis abaixo do necessário. A melhor forma de compreender essa<br />

ver<strong>da</strong>de é levar em conta o mal mais temido de todos — o Alzheimer — e<br />

enxergá-lo dentro do contexto de uma forma de diabetes desencadea<strong>da</strong><br />

exclusiva<strong>mente</strong> pela alimentação. Todos nós sabemos que uma <strong>dieta</strong> ruim pode<br />

le​var à obe​si​<strong>da</strong>​de e ao di​a​be​tes. À des​trui​ção do cé​re​bro tam​bém?

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