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A dieta da mente David Perlmutter

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4. Uma união infrutífera<br />

Seu cé​re​bro vi​ci​a​do em açú​car (na​tu​ral ou não)<br />

Do pon​to de vis​ta evo​lu​ti​vo, nos​sos an​ces​trais só dis​pu​nham do açú​car que<br />

en​con​tra​vam nas fru​tas, du​ran​te pou​cos me​ses do ano (na épo​ca <strong>da</strong> co​lhei​ta), ou no<br />

mel, que era vi​gi​a​do pe​las abe​lhas. Mas, nos úl​ti​mos anos, o açú​car foi<br />

adi​ci​o​na​do<br />

a qua​se to​dos os ali​men​tos pro​ces​sa​dos, li​mi​tan​do as es​co​lhas dos con​su​mi​do​res. A<br />

na​tu​re​za fez do açú​car algo di​fí​cil de en​con​trar; o ho​mem o tor​nou fá​cil.<br />

Dr. Ro​bert Lus​tig et al.1<br />

Açúcar. Venha ele de um pirulito, de um cereal ou de um pe<strong>da</strong>ço de pão,<br />

sabemos que esse carboidrato não é o mais saudável dos ingredientes,<br />

principal<strong>mente</strong> quando é consumido em excesso ou sob formas refina<strong>da</strong>s ou<br />

processa<strong>da</strong>s, como o xarope de milho rico em utose. Também sabemos que o<br />

açúcar é parcial<strong>mente</strong> culpado pelos nossos problemas com a cintura, o apetite,<br />

o controle de açúcar no sangue, o diabetes tipo 2 e a resistência à insulina. Mas<br />

e quan​to ao açú​car e o cé​re​bro?<br />

Em 2011, Gary Taubes, autor do livro Good Calories, Bad Calories [Calorias<br />

boas, calorias más],2 escreveu um excelente artigo para o jornal The New York<br />

Ti​mes, intitulado “Is Sugar Toxic?” [O açúcar é tóxico?].3 No artigo, ele repassa<br />

não apenas a história do açúcar em nossas vi<strong>da</strong>s e em nossos produtos<br />

alimentares, mas também o conhecimento científico em evolução por trás <strong>da</strong><br />

compreensão sobre como o açúcar afeta nossos corpos. Ele ressalta, em<br />

particular, o trabalho de Robert Lustig, um especialista em transtornos<br />

hormonais pediátricos e grande especialista em obesi<strong>da</strong>de infantil <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong>de<br />

de Me​di​ci​na <strong>da</strong> Uni​ver​si​<strong>da</strong>​de <strong>da</strong> Ca​li​fór​nia, em San Fran​cis​co. Ele ar​gu​men​ta que<br />

o açúcar é uma “toxina” ou um “veneno”. Mas Lustig não insiste tanto no<br />

consumo dessas “calorias vazias”; o problema que ele vê no açúcar são suas<br />

características singulares, especifica<strong>mente</strong> a forma como o corpo humano<br />

me​ta​bo​li​za seus di​ver​sos ti​pos.<br />

Lustig gosta de usar o termo “isocalórico, mas não isometabólico”, para<br />

descrever a diferença entre a glicose pura, a forma mais simples de açúcar, e o<br />

açúcar de mesa, que é uma combinação de glicose e utose (a utose, que<br />

abor<strong>da</strong>rei mais adiante, é um tipo de açúcar que existe natural<strong>mente</strong>,<br />

encontrado apenas nas utas e no mel). Quando ingerimos cem calorias de<br />

glicose de uma batata, por exemplo, nosso corpo a metaboliza de forma<br />

diferente — e soe efeitos diferentes — em relação à ingestão de cem calorias

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