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A dieta da mente David Perlmutter

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vi<strong>da</strong>). Mas as crianças de mães com níveis anormal<strong>mente</strong> altos de anticorpos à<br />

pro​te​í​na do lei​te não mos​tra​ram ris​co mai​or de trans​tor​nos psi​qui​á​tri​cos.<br />

Os autores também acrescentaram uma fascinante observação histórica ao<br />

artigo. Foi só na Segun<strong>da</strong> Guerra Mundial que começou a aflorar a suspeita de<br />

uma correlação entre transtornos psiquiátricos e sensibili<strong>da</strong>de alimentar<br />

materna. Um pesquisador do exército americano, o dr. F. Curtis Dohan, foi um<br />

dos pri​mei​ros ci​en​tis​tas a per​ce​ber uma re​la​ção en​tre a es​cas​sez de ali​men​tos na<br />

Europa do pós-guerra (e, consequente<strong>mente</strong>, uma falta de trigo na <strong>dieta</strong>) e um<br />

número consideravel<strong>mente</strong> menor de hospitalizações por esquizoenia.<br />

Embora essa observação, na época, não tenha permitido provar uma associação,<br />

desde então temos o benefício de estudos de longo prazo e tecnologias<br />

mo​der​nas para jul​gar os ar​gu​men​tos con​tra o glú​ten.<br />

Os estudos também mostraram que uma <strong>dieta</strong> pobre em carboidratos e<br />

rica em gorduras, como aquela que exponho no capítulo 7, pode mitigar não<br />

apenas a depressão, mas também a esquizoenia. Uma mulher cita<strong>da</strong> na<br />

literatura médica, conheci<strong>da</strong> apenas pelas iniciais cd, solucionou completa<strong>mente</strong><br />

seus sintomas de esquizoenia quando adotou uma <strong>dieta</strong> sem glúten e pobre em<br />

car​boi​dra​tos.44 Ela teve o primeiro diagnóstico aos dezessete anos e vivenciou<br />

paranoia, fala desestrutura<strong>da</strong> e alucinações diárias durante to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong>. Antes de<br />

adotar uma <strong>dieta</strong> pobre em carboidratos, aos setenta anos de i<strong>da</strong>de, ela fora<br />

hospitaliza<strong>da</strong> inúmeras vezes por tentativas de suicídio e sintomas psicológicos<br />

severos. Os medicamentos não conseguiram minorar seus sintomas. Na<br />

primeira semana <strong>da</strong> nova <strong>dieta</strong>, CD relatou se sentir melhor, com mais energia.<br />

E em três semanas ela não ouvia mais vozes nem “via esqueletos”. Dentro de<br />

um ano, CD também perdeu peso, e mesmo em ocasiões eventuais em que fugiu<br />

<strong>da</strong> di​e​ta e co​meu mas​sas, pães e bo​los, suas alu​ci​na​ções nun​ca vol​ta​ram.<br />

UMA CURA PARA A CE​FA​LEIA CO​MUM?<br />

Não consigo imaginar o que deva ser soer de dores de cabeça diárias,<br />

mas tratei muitos pacientes que tiveram de carregar o fardo desse tipo de<br />

soimento por to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong>. Tome-se, por exemplo, o caso de um senhor de 66<br />

anos que eu examinei pela primeira vez em janeiro de 2012. Vou chamá-lo de<br />

Cliff.<br />

Cliff havia suportado trinta longos anos sentindo a mesma dor de cabeça<br />

incessante e merece uma me<strong>da</strong>lha de ouro por tudo que fez no esforço para se<br />

livrar <strong>da</strong> dor. Suas tentativas incluíram uma batela<strong>da</strong> de remédios, <strong>da</strong>queles

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