22.04.2017 Views

A dieta da mente David Perlmutter

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

açúcar. Quanto maior o nível de açúcar no sangue, mais insulina é preciso. E<br />

quanto mais sobe a insulina, menos sensíveis a seu sinal se tornam as células.<br />

Basica<strong>mente</strong>, as células deixam de escutar a mensagem <strong>da</strong> insulina. O que o<br />

pâncreas faz, como uma pessoa que não consegue ser escuta<strong>da</strong>, é falar mais alto<br />

— isto é, aumentar a produção de insulina, criando um processo que põe a vi<strong>da</strong><br />

em risco. Níveis mais altos de insulina tornam as células progressiva<strong>mente</strong><br />

menos reativas ao sinal <strong>da</strong> insulina e, para reduzir o açúcar no sangue, o<br />

pâncreas trabalha dobrado, aumentando a produção de insulina ain<strong>da</strong> mais, de<br />

novo para manter uma taxa de açúcar normal no sangue. Mesmo quando esse<br />

ní​vel atin​ge o nor​mal, o ní​vel de in​su​li​na con​ti​nua a au​men​tar.<br />

Como as células se tornaram resistentes ao sinal <strong>da</strong> insulina, usamos o<br />

termo “resistência à insulina” para caracterizar esse problema de saúde. À<br />

medi<strong>da</strong> que a situação evolui, o pâncreas chega à produção máxima de insulina,<br />

mas isso ain<strong>da</strong> não é suficiente. Neste momento, as células perdem a capaci<strong>da</strong>de<br />

de reagir ao sinal <strong>da</strong> insulina e, por fim, o nível de açúcar no sangue começa a<br />

subir, resultando no diabetes tipo 2. Basica<strong>mente</strong>, o sistema desmoronou e<br />

passa a exigir uma fonte exterior (isto é, os remédios para diabetes) para manter<br />

equilibrado esse nível. Lembre-se, porém, de que não é preciso ser diabético<br />

para so​frer de um ní​vel crô​ni​co ele​va​do de açú​car no san​gue.<br />

Nas palestras que ministro em congressos médicos, uma <strong>da</strong>s minhas<br />

apresentações favoritas é uma foto de quatro alimentos comuns: 1. uma fatia de<br />

pão de forma integral, 2. uma barra de chocolate, 3. uma colher de sopa de<br />

açúcar branco comum, e 4. uma banana. Peço ao público que tente adivinhar<br />

qual deles produz a maior elevação no nível de açúcar no sangue — ou qual<br />

deles tem o maior índice glicêmico (IG), um valor numérico que reflete a<br />

medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> rapidez com que o nível de açúcar no sangue sobe depois de comer<br />

determinado tipo de alimento. O índice glicêmico vai de zero a cem, sendo que<br />

os valores mais altos representam os alimentos que causam uma elevação mais<br />

rápi<strong>da</strong> no nível de açúcar no sangue. O ponto de referência é a glicose pura, que<br />

tem um IG de 100.<br />

Nove em ca<strong>da</strong> dez vezes, o público escolhe o alimento errado. Não, não é o<br />

açú​car (IG = 68), não é a barra de chocolate (IG = 55 ), tampouco a banana (IG =<br />

54). É a fatia de pão de forma integral, com um incrível IG de 71, o que a coloca<br />

lado a lado com o pão branco (e as pessoas ain<strong>da</strong> pensam que o pão integral é<br />

melhor que o branco). Faz mais de trinta anos que se sabe que o trigo eleva a<br />

taxa de açúcar no sangue mais que o açúcar de mesa, mas por algum motivo<br />

ain<strong>da</strong> achamos que não pode ser ver<strong>da</strong>de. Vai contra o senso comum. Mas é um<br />

fato: poucos alimentos produzem uma alta na glicemia maior que aqueles que<br />

le​vam tri​go.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!