116doméstico, espalhou-se rapidamente <strong>no</strong> Estado. A uva americana era mais resistentea doenças e a pragas e facilmente adaptável ao clima e ao solo daregião.Com a chegada d<strong>os</strong> imigrantes italian<strong>os</strong> ao Rio Grande do Sul, em 1875,que trouxeram consigo mudas de videiras européias <strong>para</strong> produzirem o vinho,formou-se a indústria do vinho brasileira, tendo por base o solo gaúcho. Contudoas uvas <strong>no</strong>bres foram, a<strong>os</strong> pouc<strong>os</strong>, sendo dizimadas por doenças causadas porfung<strong>os</strong>. Foram, então, obtidas <strong>no</strong>vas mudas, não mais as européias, mas as davariedade Isabel, na zona de colonização alemã, <strong>no</strong> Vale do Rio Caí. Essasmudas, que eram muito mais resistentes, foram levadas às colônias italianas,situadas na Enc<strong>os</strong>ta Superior da Serra do Nordeste do Estado do Rio Grande doSul (Vinho, 2001). Com o incremento da produção, parte desta passou aser comercializada <strong>no</strong> Estado e, p<strong>os</strong>teriormente, em São Paulo e <strong>no</strong> Rio deJaneiro.Em 1900, consciente de que a uva Isabel não era a mais adequada <strong>para</strong> aprodução do vinho, pois gera um produto de me<strong>no</strong>r qualidade, o Gover<strong>no</strong> doEstado fundou, em Porto Alegre, a Estação Agronômica. E, <strong>no</strong>vamente, foramtrazidas da Europa diversas castas viníferas, as quais foram disponibilizadas edistribuídas a<strong>os</strong> viticultores da região de colonização italiana, onde atualmentese situam <strong>os</strong> Municípi<strong>os</strong> de Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Garibaldi. Portanto,a serra gaúcha tor<strong>no</strong>u-se a mais importante região vinícola do <strong>Brasil</strong> por razõeshistóricas.Em 1907, ainda objetivando aumentar e melhorar a produção de vinho, oGover<strong>no</strong> trouxe dois enólog<strong>os</strong> italian<strong>os</strong> <strong>para</strong> realizar a divulgação d<strong>os</strong> métod<strong>os</strong>mais modern<strong>os</strong> de cultivo e de vinificação. A partir de então, através de iniciativasgovernamentais, como a criação de estações experimentais de viticultura e delaboratóri<strong>os</strong> de e<strong>no</strong>logia, e do esforço privado, a produção começou a crescer,tendo surgido várias vinícolas, como a Dreher e a Salton, em 1910, e oEstabelecimento Vinícola Armando Peterlongo S/A, 2 em 1915 (Vinho, 2001).Em 1928, com <strong>os</strong> objetiv<strong>os</strong> de regular a produção e de melhorar a qualidadeda uva, foi criado o Sindicato Vitivinícola, que se tor<strong>no</strong>u um canal decomercialização do vinho gaúcho. Em 1936, esse sindicato foi substituído peloInstituto Rio-Grandense do Vinho.Ainda na primeira metade do século XX, várias cooperativas produtoras devinh<strong>os</strong> foram formadas com estímulo governamental, como a Companhia Vinícola2A Salton e a Peterlongo continuam em operação, sendo que esta última, produtora basicamentede espumantes, devido a problemas da empresa, suspendeu suas atividades durantealgum tempo.
117Rio-Grandense S/A (1929), a Cooperativa Vinícola Garibaldi e a Cooperativa VinícolaAurora (1931). Cabe destacar a Vinícola Rio-Grandense S/A 3 , por terlançado <strong>os</strong> primeir<strong>os</strong> varietais brasileir<strong>os</strong>, com a marca Granja União, e pela suaimportante representatividade na produção de vinh<strong>os</strong>, tendo chegado a representar,n<strong>os</strong> an<strong>os</strong> de 1940 a 1950, um terço da produção do setor (Jalfim, 1991). Ela foidissolvida na década de 90, sendo que todas as suas marcas foram vendidas<strong>para</strong> outra vinícola, muitas das quais continuam <strong>no</strong> mercado. <strong>As</strong> outras duascooperativas permanecem em funcionamento, sendo que a Aurora é, hoje, amaior cooperativa vinícola brasileira.A partir da década de 40, as vinícolas gaúchas realizaram algumasexportações esporádicas <strong>para</strong> <strong>os</strong> Estad<strong>os</strong> Unid<strong>os</strong>, como a feita pela Peterlongo,em 1942, e <strong>para</strong> a França, em 1958, como as realizadas pela Cooperativa VinícolaAurora e pela Federação das Cooperativas de Vinho do Estado.Além disso, a partir da década de 50, algumas empresas brasileirasrealizaram acord<strong>os</strong> contratuais com empresas estrangeiras de vinh<strong>os</strong>. Dentreesses, cabe realçar <strong>os</strong> contrat<strong>os</strong> de produção e de distribuição, como <strong>os</strong>realizad<strong>os</strong> entre a Companhia Vinícola Rio-Grandense e a multinacional italianaMartini & R<strong>os</strong>si 4 entre 1951 e 1984. No início, a Vinícola Rio-Grandense forneciavinho-base <strong>para</strong> a multinacional produzir o vermute e, a partir de 1969, industrializavae engarrafava o vinho <strong>para</strong> a Martini & R<strong>os</strong>si, que o rotulava com marcaprópria, Chateau Duvalier, e o comercializava (Jalfim, 1991). A Cooperativa VinícolaAurora também realizou um acordo comercial, a partir de 1962, com a BernardTaillan Importadora (empresa francesa), o qual foi interrompido em 1969, quandoa Aurora comprou a marca Bernard Taillan em troca de sald<strong>os</strong> de dívida daempresa. Ainda na década de 60, a Aurora passou a engarrafar vinh<strong>os</strong> <strong>para</strong>outras empresas. Em 1973, realizou uma associação com a multinacionalSeagram <strong>para</strong> lançamento da marca Forestier, vinho que era engarrafado naCooperativa, e começou a exportar, <strong>para</strong> <strong>os</strong> Estad<strong>os</strong> Unid<strong>os</strong>, vinh<strong>os</strong> comuns,varietais e suc<strong>os</strong> concentrad<strong>os</strong> (Jalfim, 1993). Essas alianças p<strong>os</strong>sibilitaram<strong>no</strong>v<strong>os</strong> conheciment<strong>os</strong> e maior crescimento da empresa nacional e atraíram ainstalação de algumas empresas multinacionais <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>.Mesmo assim, até a década de 60, a produção de vinho p<strong>os</strong>suía um padrãotec<strong>no</strong>lógico relativamente baixo. Mas, na década de 70, houve um importante3Essa vinícola foi fundada sob o <strong>no</strong>me de Sociedade Vitivinícola Rio-Grandense Ltda. Passoupor várias de<strong>no</strong>minações até 1964, quando da mudança de sua razão social <strong>para</strong> S/A.P<strong>os</strong>suía uma área de 150 hectares com parreiras de uvas viníferas, que lhe p<strong>os</strong>sibilitoucomercializar vinh<strong>os</strong> fin<strong>os</strong> ainda na década de 30 (Jalfim, 1991).4Essa empresa, p<strong>os</strong>teriormente, realizou uma fusão, em nível internacional, com a Bacardi,dando origem à Bacardi Martini, que permanece <strong>no</strong> mercado brasileiro.
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