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As estratégias empresariais para os vinhos finos no Brasil e no ...

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192d<strong>os</strong> preç<strong>os</strong>, você tem uma uniformidade de qualidade maior e você tem umagarantia de quantidade.” (Lona/De Lantier).Essa situação difere, sobremaneira, nas empresas uruguaias, onde asuvas européias, ao contrário das do <strong>Brasil</strong>, não se constituem em problema <strong>para</strong>as vinícolas entrevistadas, tendo em vista a reconversão d<strong>os</strong> vinhed<strong>os</strong> ocorrida eainda em fase de implantação, com estímul<strong>os</strong> governamentais, e, atualmente, apercentagem de uvas não viníferas é reduzida. Ademais, as empresas uruguaiasentrevistadas dependem muito men<strong>os</strong> do fornecimento de uvas de terceir<strong>os</strong>,pois a produção própria é mais significativa.Essa reconversão d<strong>os</strong> vinhed<strong>os</strong> deu-se, basicamente, pela necessidadede ampliar a produção de VCP, que exige uma uva européia com manejo epodas diferenciadas, tendo em vista o grande incremento da concorrência devinh<strong>os</strong> de mesa argentin<strong>os</strong> <strong>no</strong> mercado inter<strong>no</strong>, pelas drásticas reduções tarifáriasdentro do Merc<strong>os</strong>ul. Como salientado por uma entrevistada, “(...) o Merc<strong>os</strong>uln<strong>os</strong> chamou a atenção que, se não tomássem<strong>os</strong> algumas atitudes, ficaríam<strong>os</strong><strong>para</strong> trás. Então, <strong>para</strong> sobreviver, era preciso reconverter (...)” (Elizabeth/Aria<strong>no</strong>).Já, <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, a maior integração das vinícolas a montante, pela ampliaçãod<strong>os</strong> vinhed<strong>os</strong> própri<strong>os</strong>, o que já vem ocorrendo, deve-se ao fato de que grandeparte da uva ainda é adquirida de pequen<strong>os</strong> produtores, através de contrat<strong>os</strong>formais ou informais, conforme será analisado na seção das estratégias decooperação.Essa maior integração vertical é prevista por todas as vinícolas brasileiras,exceto a Aurora, que tem uma característica peculiar, por se constituir em umacooperativa de associad<strong>os</strong> produtores de uva. <strong>As</strong>sim, a Salton e a Miolo p<strong>os</strong>suemvideiras na zona da Campanha do RS, onde a De Lantier pretende se instalar. AMiolo também produz uvas na Região Nordeste do País, onde adquiriu terrasatravés de uma joint venture, e a Cordelier pretende plantar na serra gaúcha.A aquisição de terras na zona sul do RS e na região do Vale do SãoFrancisco, além das favoráveis condições do solo à plantação de videiras, devidoàs suas características, p<strong>os</strong>sibilita me<strong>no</strong>res cust<strong>os</strong> tanto da terra, em relação àzona da serra gaúcha, como pelas p<strong>os</strong>sibilidades de mecanização, o que diminui<strong>os</strong> cust<strong>os</strong> de produção. <strong>As</strong>sim, essas <strong>no</strong>vas zonas de produção tendem a permitiruma viticultura mecanizada, integrada e especializada na produção de uvaseuropéias e aumentam o poder de negociação das vinícolas com <strong>os</strong> fornecedoresde uva.Mas duas empresas manifestaram que pretendem continuar semprevinificando uvas provenientes da serra gaúcha, que são a Cordelier e a Aurora,pois acreditam “na auto-suficiência aqui da região da serra gaúcha em curtoespaço de tempo” (Za<strong>no</strong>tto/Aurora). Nesse caso, o preço de mercado da uvatenderá a se estabilizar.

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