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As estratégias empresariais para os vinhos finos no Brasil e no ...

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153<strong>para</strong> o Uruguai, também admitem que, <strong>no</strong> caso do <strong>Brasil</strong>, esta deveria ser diferenteem alguns aspect<strong>os</strong>.No <strong>Brasil</strong>, <strong>os</strong> especialistas consideram que é necessária uma reconversãod<strong>os</strong> vinhed<strong>os</strong>, mas de forma diferente da que foi feita <strong>no</strong> Uruguai, isto é, nãoarrancando <strong>os</strong> parreirais existentes de uvas americanas, mas, sim, ampliando--<strong>os</strong> com variedades adequadas de uvas viníferas, conforme exp<strong>os</strong>to abaixo:“Devem ser determinad<strong>os</strong> quais <strong>os</strong> varietais que têm dotes <strong>para</strong>permanecer <strong>no</strong> País, pois existem alguns que não têm. O <strong>Brasil</strong> nãoprecisa cortar parreiras, uma vez que a área plantada de uvas comunspode ser usada <strong>para</strong> a exportação de suc<strong>os</strong>. Por isso, <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, areconversão deve ser diferente. É preciso aumentar a área plantadadas viníferas <strong>para</strong> compensar essa fuga das uvas comuns <strong>para</strong> <strong>os</strong>suc<strong>os</strong>. Esta é uma estratégia necessária” (B, 3).Chama atenção o fato de que <strong>os</strong> expert<strong>os</strong> brasileir<strong>os</strong> conhecem, em geral,bem as empresas uruguaias e acreditam que algumas delas fazem vinh<strong>os</strong> tãobons, e alguns até melhores, quanto <strong>os</strong> brasileir<strong>os</strong>. Já <strong>os</strong> uruguai<strong>os</strong> poucoconhecem das empresas brasileiras e não têm uma opinião muito favorável daqualidade d<strong>os</strong> vinh<strong>os</strong> fin<strong>os</strong> brasileir<strong>os</strong>, pois <strong>os</strong> consideram sempre inferiores a<strong>os</strong>seus. Também foi destacado que <strong>os</strong> principais problemas da indústria sãodistint<strong>os</strong>. No Uruguai, o maior problema citado foi a comercialização externa; já<strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, <strong>os</strong> problemas são a carência e o alto custo da uva tinta, aliad<strong>os</strong> àsdificuldades de comercialização interna.A adoção de uma estratégia de cooperação horizontal entre empresas foidestacada <strong>no</strong> Uruguai, ao contrário do <strong>Brasil</strong>. Essa estratégia é evidenciadapela participação das vinícolas em diversas instituições, o que tem permitido ointercâmbio de conheciment<strong>os</strong> e de experiências com outr<strong>os</strong> produtores. Mas,<strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, <strong>os</strong> entrevistad<strong>os</strong> afirmam que não há formas relevantes de cooperaçãoentre as empresas, que se limitam à troca ou ao empréstimo de matérias-primase a discussões sobre preç<strong>os</strong> a serem pag<strong>os</strong> pela matéria-prima. Já a terceirizaçãoé mais comum <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> do que <strong>no</strong> Uruguai, mas muito mais como uma formade diminuir cust<strong>os</strong> fix<strong>os</strong> por empresas pequenas, ocupar a capacidade oci<strong>os</strong>a eaumentar o faturamento de grandes empresas do que como uma estratégia decooperação.Entretanto foi destacado, pel<strong>os</strong> expert<strong>os</strong> brasileir<strong>os</strong>, que a instalação dasmultinacionais <strong>no</strong> mercado, até mead<strong>os</strong> da década de 90, contribuiu <strong>para</strong> adisseminação de i<strong>no</strong>vações tec<strong>no</strong>lógicas e estratégicas, corroborando o queBartlett e Gh<strong>os</strong>hal (2000) afirmam, ou seja, que a entrada de uma multinacional<strong>no</strong> mercado doméstico pode contribuir <strong>para</strong> o aprendizado estratégico, nãoresultando em prejuíz<strong>os</strong>.

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