236cruciais. Em outras situações, apesar de continuar sendo supervisionada pel<strong>os</strong>ocupantes de carg<strong>os</strong> do topo, a implementação é delegada <strong>para</strong> <strong>os</strong> responsáveispelas respectivas áreas. Não foi observada a se<strong>para</strong>ção d<strong>os</strong> process<strong>os</strong> deformação e implementação, até porque, <strong>no</strong>rmalmente, só foram citadasestratégias já realizadas e/ou em realização, independentemente de terem sido,ou não, pretendidas.Foi comentada, em todas as vinícolas entrevistadas, a importância da históriaempresarial e da relevância d<strong>os</strong> fundadores em algumas delas, em especial nasde gestão familiar (três <strong>no</strong> Uruguai), cuj<strong>os</strong> pressup<strong>os</strong>t<strong>os</strong> se tornaram parte daorganização, influindo <strong>no</strong> processo de formação das estratégias. Sobressai-se,nesses cas<strong>os</strong>, o papel da cultura organizacional.Apesar de o processo estratégico <strong>para</strong> <strong>os</strong> vinh<strong>os</strong> fin<strong>os</strong> ter muitassemelhanças, constataram-se algumas diferenças, quando se com<strong>para</strong>ram asvinícolas do <strong>Brasil</strong> e do Uruguai participantes da pesquisa, tendo em vistacircunstâncias particulares, <strong>no</strong> ambiente exter<strong>no</strong> — em nível de país e, pordecorrência, <strong>no</strong> segmento industrial.No ambiente exter<strong>no</strong>, destaca-se a abertura d<strong>os</strong> mercad<strong>os</strong> <strong>para</strong> asempresas de amb<strong>os</strong> <strong>os</strong> países, com reflex<strong>os</strong> significativ<strong>os</strong> diret<strong>os</strong> na produçãodoméstica de vinh<strong>os</strong> fin<strong>os</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> e, em me<strong>no</strong>r intensidade, <strong>no</strong> Uruguai,mormente neste último país, pelo incremento da concorrência n<strong>os</strong> vinh<strong>os</strong> demesa oriund<strong>os</strong> do Merc<strong>os</strong>ul, como resultado da redução tarifária até a suaextinção intrabloco.No ambiente da indústria uruguaia, salienta-se o planejamento setorial dacadeia produtiva, sob a orientação do Inavi, com <strong>os</strong> plan<strong>os</strong> de reconversão devinhed<strong>os</strong> e, p<strong>os</strong>teriormente, das vinícolas, <strong>os</strong> quais foram sucedid<strong>os</strong> pelo pla<strong>no</strong>de marketing <strong>para</strong> as exportações, tendo em vista a necessidade de ampliar <strong>os</strong>mercad<strong>os</strong>.No <strong>Brasil</strong>, ocorreu, inicialmente, uma mudança <strong>no</strong> papel das empresasmultinacionais, que eram as maiores disseminadoras de i<strong>no</strong>vações em process<strong>os</strong>produtiv<strong>os</strong> na área de vitivinicultura, com destaque <strong>para</strong> a ampliação inicial dafronteira agrícola. A partir de mead<strong>os</strong> da década de 90, algumas dessas empresassuspenderam a produção de vinh<strong>os</strong> fin<strong>os</strong> (Chandon), passando a importar deoutras filiais; outras perderam o foco n<strong>os</strong> vinh<strong>os</strong> (De Lantier), e houve aquelasque passaram a se preocupar mais com volumes e men<strong>os</strong> com a qualidadedestes (Almadén). Entretanto <strong>no</strong>ta-se, já <strong>no</strong> começo do <strong>no</strong>vo século, uma reversãonessa tendência. E essas multinacionais, que passaram por vári<strong>os</strong> process<strong>os</strong>de mudanças em nível internacional, com fusões, aquisições e aliançasestratégicas, voltaram a se preocupar com <strong>os</strong> vinh<strong>os</strong> fin<strong>os</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, alterand<strong>os</strong>uas estratégias significativamente, havendo a previsão, inclusive, de empresas,
237hoje basicamente voltadas à produção de destilad<strong>os</strong> ou de espumantes, passarema importar vinh<strong>os</strong> fin<strong>os</strong> e, talvez, virem a produzir <strong>no</strong> mercado inter<strong>no</strong>.No que se refere ao ambiente inter<strong>no</strong> das empresas, <strong>os</strong> problemas quelevaram à alteração estratégica foram relatad<strong>os</strong> de forma mais enfática <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>.Destarte, a globalização e o Merc<strong>os</strong>ul afetaram, direta ou indiretamente,as estratégias de produt<strong>os</strong> e/ou de mercad<strong>os</strong> <strong>para</strong> <strong>os</strong> vinh<strong>os</strong> fin<strong>os</strong> em grandeparte das empresas entrevistadas n<strong>os</strong> dois países. Produt<strong>os</strong> substitut<strong>os</strong>importad<strong>os</strong> alteraram a competitividade n<strong>os</strong> mercad<strong>os</strong> intern<strong>os</strong>, induzindo asempresas a modificarem ou a adaptarem as estratégias de produt<strong>os</strong> e demercad<strong>os</strong> <strong>para</strong> sobreviverem e/ou concorrerem com esses em melhorescondições. Em nível nacional, as alterações socioeconômicas — e, em especial,das políticas monetárias, fiscais e cambiais —, legais e tec<strong>no</strong>lógicas d<strong>os</strong> paísestambém afetaram o nível de concorrência dentro da indústria de vinh<strong>os</strong> fin<strong>os</strong>.Mas problemas intern<strong>os</strong> às vinícolas foram, em alguns cas<strong>os</strong>, determinantes<strong>para</strong> as ações estratégicas.Portanto, a pesquisa comprovou que o processo estratégico foi influenciadopelo ambiente competitivo global. Além disso, foi confirmado o previsto na literatura,isto é, as ações estratégicas foram moldadas, e seus retorn<strong>os</strong>, influenciad<strong>os</strong>pelo ambiente competitivo geral (instituições, fatores econômic<strong>os</strong> e sociais,cultura), da indústria (fornecedores, competidores e canal) em particular, bemcomo pelo ambiente inter<strong>no</strong> das organizações (Mintzberg, 1998; Mintzberg;Ahlstrand; Lampel, 2000; Porter, 1996a; Varadarajan; Jayachandran, 2001).Isso não significa que todas as estratégias sejam reativas ao ambiente,pois as empresas podem adotar estratégias pró-ativas (Thompson; Strickland,1996), as quais, por sua vez, podem modificar o ambiente da indústria. A Carraufoi, dentre todas as vinícolas entrevistadas, a que demonstrou, de forma maisvisível, a adoção de estratégias pró-ativas. No <strong>Brasil</strong>, destacaram-se a Miolo e aAurora.Com relação ao conteúdo das estratégias, cabem algumas considerações.Como <strong>os</strong> estud<strong>os</strong> de cas<strong>os</strong> múltipl<strong>os</strong> devem propiciar resultad<strong>os</strong> semelhantesou contrastantes, por razões previsíveis (Yin, 2001), era esperada, como de fatoaconteceu, a ocorrência de maiores similaridades entre as vinícolas de um mesmopaís, devido ao fato de estarem situadas em um mesmo ambiente (em geral eda indústria). Além disso, podem ser explicadas por um conjunto decondicionantes históric<strong>os</strong>, institucionais, econômic<strong>os</strong>, sociais e culturais, quepodem influenciar, decisivamente, o processo estratégico.Contudo as estratégias de produt<strong>os</strong> e produção foram semelhantes nas<strong>no</strong>ve empresas entrevistadas: aumentar a produção de vinh<strong>os</strong> fin<strong>os</strong>, lançar <strong>no</strong>v<strong>os</strong>produt<strong>os</strong> e incrementar a qualidade e/ou o valor agregado d<strong>os</strong> vinh<strong>os</strong>. Essaanalogia pode ser explicada como resultado do processo de globalização, o
- Page 5:
Dedico esta tese às pessoas que ca
- Page 8 and 9:
8Maria Toaldo, que sempre esteve di
- Page 11 and 12:
11RESUMOAs rápidas e abrangentes m
- Page 13:
13ABSTRACTThis study was stimulated
- Page 16 and 17:
163.3 - Pesquisa qualitativa ......
- Page 19 and 20:
19LISTA DE SIGLASABE - Asociación
- Page 21:
21LISTA DE FIGURASFigura 2.1 -Figur
- Page 25:
25LISTA DE QUADROSQuadro 2.1 -Quadr
- Page 28 and 29:
281.1 - IntroduçãoA abertura das
- Page 30 and 31:
30Mas os atores organizacionais tam
- Page 32 and 33:
32Mas não é fácil conceituar as
- Page 34 and 35:
34e, por outro, o Paraguai é um pr
- Page 36 and 37:
36forem concluídos, com a elimina
- Page 38 and 39:
38tornando as relações políticas
- Page 40 and 41:
40to da interconexão e da interdep
- Page 42 and 43:
42À medida que diminuem as frontei
- Page 44 and 45:
44social próximos, a despeito de d
- Page 46 and 47:
46Considerando-se o período 1997-0
- Page 48 and 49:
48cios, como a alteração de regul
- Page 50 and 51:
50impasses que ameaçam o ritmo do
- Page 52 and 53:
52res, por volta de 400 a.C. A estr
- Page 54 and 55:
54Porém a estratégia válida dent
- Page 56 and 57:
56pois apresentam riscos de perdere
- Page 58 and 59:
58- em necessidades — que se apro
- Page 60 and 61:
602.2.2.2 - As estratégias increme
- Page 62 and 63:
62distinção entre estratégias co
- Page 64 and 65:
64Quadro 2.1Dimensões das 10 escol
- Page 66 and 67:
66Por outro lado, existe a posiçã
- Page 68 and 69:
68elementos do mercado, como estrut
- Page 70 and 71:
7090, no setor da indústria, foram
- Page 72 and 73:
72- específicas, onde cada unidade
- Page 74 and 75:
74imutáveis, afirma que uma corpor
- Page 76 and 77:
76de alianças estratégicas, Loran
- Page 78 and 79:
78Dentre as alianças estratégicas
- Page 80 and 81:
80multinacionais, em geral, não po
- Page 82 and 83:
82A cultura de uma sociedade, junta
- Page 84 and 85:
84matização de informações frag
- Page 86 and 87:
86rios ser qualitativa (Malhotra, 2
- Page 88 and 89:
88tas individuais com especialistas
- Page 90 and 91:
90- obter conhecimento efetivo da i
- Page 92 and 93:
92mento, as novas entrevistas já n
- Page 94 and 95:
94da a análise, com base nas princ
- Page 96 and 97:
96estar focado em acontecimentos co
- Page 98 and 99:
98Para obter a listagem das maiores
- Page 100 and 101:
100tora de vinhos finos, a Remy Lac
- Page 102 and 103:
102- Viñedos Y Bodegas Bella Union
- Page 104 and 105:
1043.3.4 - Coleta de dadosAs entrev
- Page 106 and 107:
106A interação entre o pesquisado
- Page 108 and 109:
108
- Page 110 and 111:
110segmento de vinhos finos, que é
- Page 112 and 113:
112com o suco obtido da prensagem d
- Page 114 and 115:
114último, salienta-se, ao longo d
- Page 116 and 117:
116doméstico, espalhou-se rapidame
- Page 118 and 119:
118marco na evolução da vinicultu
- Page 120 and 121:
120Alemanha, da Suíça e da Franç
- Page 122 and 123:
122O aumento da qualidade dos vinho
- Page 124 and 125:
124As exportações de vinhos finos
- Page 126 and 127:
126Vinhos elaborados com a mesma te
- Page 128 and 129:
1281996 para cerca de 1,8 milhão d
- Page 130 and 131:
130Apesar da desvalorização cambi
- Page 132 and 133:
132Canelones e de Montevidéu, que
- Page 134 and 135:
134Gráfico 4.1Importações de vin
- Page 136 and 137:
136ficassem mais à vontade para di
- Page 138 and 139:
138(U, 1). Apesar do elevado consum
- Page 140 and 141:
140Além disso, algumas vinícolas
- Page 142 and 143:
142“Se tu me perguntares a origem
- Page 144 and 145:
144representaram as possibilidades
- Page 146 and 147:
146exportam, e os Grupos CREA, liga
- Page 148 and 149:
148concentração da produção de
- Page 150 and 151:
1504.3 - À guisa de algumas reflex
- Page 152 and 153:
152comum ou de mesa já é elevado,
- Page 154 and 155:
154Ainda no Brasil, as instituiçõ
- Page 156 and 157:
156
- Page 158 and 159:
158- pela Cordelier, Lídio Ziero (
- Page 160 and 161:
160Vinícola Cordelier Ltda. e Vinh
- Page 162 and 163:
162de videiras: Estância Fortaleza
- Page 164 and 165:
1645.1.2.1 - Ariano Hnos S/AEmpresa
- Page 166 and 167:
1665.1.2.4 - Vinos Finos Juan Carra
- Page 168 and 169:
1685.2 - Os processos de formulaç
- Page 170 and 171:
170Mas, com exceção de duas estra
- Page 172 and 173:
172do setor, que não conseguiu pro
- Page 174 and 175:
174bem como ampliar a sua atuação
- Page 176 and 177:
176na divisão de conhaque, alteran
- Page 178 and 179:
178máquinas e equipamentos, essa t
- Page 180 and 181:
180vinícolas argentinas. Essa alte
- Page 182 and 183:
182pois “(...) tudo está na noss
- Page 184 and 185:
184elaboração da cantina em River
- Page 186 and 187: 186Por conseguinte, enquanto alguma
- Page 188 and 189: 188Hickson e Pugh (1985), analisand
- Page 190 and 191: 190Já uma outra estratégia, que
- Page 192 and 193: 192dos preços, você tem uma unifo
- Page 194 and 195: 194novas embalagens, com alteraçõ
- Page 196 and 197: 196des diferentes para atingir merc
- Page 198 and 199: 198rentabilidade às vinícolas, e,
- Page 200 and 201: 200O enoturismo, ou seja, a conjuga
- Page 202 and 203: 202explicado no método. Transcreve
- Page 204 and 205: 204As empresas Miolo e Aurora possu
- Page 206 and 207: 206as degustações no exterior e u
- Page 208 and 209: 208mercados, com ênfase para o nor
- Page 210 and 211: 210ção, a administração e as ve
- Page 212 and 213: 212Portanto, o incremento das expor
- Page 214 and 215: 214No Uruguai, devido ao elevado co
- Page 216 and 217: 216estratégias e táticas similare
- Page 218 and 219: 218inovadora em produtos e processo
- Page 220 and 221: 220As empresas mantêm um relaciona
- Page 222 and 223: 222De acordo com as entrevistas rea
- Page 224 and 225: 224para dar maior margem de seguran
- Page 226 and 227: 226(Snoeck, 1998, p. 39). Tendo em
- Page 228 and 229: 228Através do consórcio, a Salton
- Page 230 and 231: 230Juanicó 19 , que fez uma joint
- Page 232 and 233: 232No que se refere aos acordos con
- Page 234 and 235: 234venture realizada entre empresas
- Page 238 and 239: 238qual pressupõe uma tendência a
- Page 240 and 241: 240Outras constatações podem ser
- Page 242 and 243: 242onde o mercado externo para os v
- Page 244 and 245: 244das estratégias serão similare
- Page 246 and 247: 246ASOCIACIÓN DE LAS BODEGAS EXPOR
- Page 248 and 249: 248BURREL, Gibson; MORGAN, G. Socio
- Page 250 and 251: 250GERCHMAN, Eduardo. Análise estr
- Page 252 and 253: 252LAPOLLI, J. N. et al. A competit
- Page 254 and 255: 254MORAES, Roque. Uma experiência
- Page 256 and 257: 256QUINN, James Brian. Strategic ch
- Page 258 and 259: 258TACCONE, Juan José; NOGUEIRA, U
- Page 260 and 261: 260ZYLBERSZTAJN, Decio; MIELE, Marc
- Page 262 and 263: 262
- Page 264 and 265: 2645 - Aquisições, fusões e alia
- Page 266 and 267: 266
- Page 268 and 269: 268Situação dos vinhos finos de 2
- Page 270 and 271: 2702.8 - Existem acordos de distrib
- Page 272 and 273: 2724.3 - O que foi mais relevante p
- Page 274: 274