194<strong>no</strong>vas embalagens, com alterações de garrafas e de rótul<strong>os</strong>. A boa qualidade dauva é uma condição necessária, mas não suficiente, <strong>para</strong> a produção de vinh<strong>os</strong>fin<strong>os</strong> de qualidade, pois eles dependem também do processo produtivo, de equipament<strong>os</strong>adequad<strong>os</strong>, em níveis tec<strong>no</strong>lógic<strong>os</strong> satisfatóri<strong>os</strong>, de outr<strong>os</strong> insum<strong>os</strong>,como a rolha e a garrafa, da forma como são estocad<strong>os</strong> e transportad<strong>os</strong>, etc.Em todas as empresas brasileiras entrevistadas, houve, ou está havendo,“investiment<strong>os</strong> pesadíssim<strong>os</strong>, principalmente, na área de elaboração e deengarrafamento” (Za<strong>no</strong>tto/Aurora), devido a <strong>no</strong>vas instalações, ampliações oumodernização d<strong>os</strong> equipament<strong>os</strong>. Isso também foi verificado <strong>no</strong> Uruguai, emtrês vinícolas: Irurtia, T<strong>os</strong>canini e Carrau. “Nós melhoram<strong>os</strong> muito o plantio emelhoram<strong>os</strong> a maquinaria, com apoio do Gover<strong>no</strong> <strong>para</strong> tudo isso, pois houveuma certa subvenção de dinheiro <strong>para</strong> fazer essas mudanças.” (Liliana/Irurtia).No Uruguai, excetuando a Carrau, que só produz vinh<strong>os</strong> fin<strong>os</strong>, as outrastrês empresas ou p<strong>os</strong>suem capacidade oci<strong>os</strong>a de vinificação, ou podem diminuirparte da produção de vinh<strong>os</strong> de mesa ou comuns, onde a rentabilidade é me<strong>no</strong>r,<strong>para</strong> aumentar a produção de vinh<strong>os</strong> fin<strong>os</strong>. Como afirmado anteriormente, nãoexiste problema de matéria-prima, desde que haja um tempo necessário <strong>para</strong>apurar algumas qualidades orga<strong>no</strong>lépticas, assim como de equipament<strong>os</strong>, quesão considerad<strong>os</strong> de um bom nível tec<strong>no</strong>lógico. Mas a vinícola Aria<strong>no</strong> constitui--se em exceção, uma vez que necessita “(...) adquirir <strong>no</strong>v<strong>os</strong> equipament<strong>os</strong>,equipament<strong>os</strong> mais modern<strong>os</strong>, mas agora não é o momento” (Elizabeth/Aria<strong>no</strong>).Portanto, não existe empecilho <strong>para</strong> a ampliação da produção e da qualidaded<strong>os</strong> vinh<strong>os</strong> fin<strong>os</strong>, desde que sejam realizadas as modificações necessárias, e,se tal não ocorre com maior intensidade, é por problemas de mercad<strong>os</strong>.Por conseguinte, todas as empresas brasileiras entrevistadas e trêsempresas uruguaias, exceto a Aria<strong>no</strong>, se encontram em um nível tec<strong>no</strong>lógicocompatível com as principais vinícolas do mundo, o que p<strong>os</strong>sibilita, junto com amatéria-prima de qualidade, o incremento da produção de vinh<strong>os</strong> de qualidadesuperior, vinh<strong>os</strong> premium, como foi destacado por quase todas as vinícolas d<strong>os</strong>dois países. No <strong>Brasil</strong>, basicamente <strong>para</strong> concorrer com o importado e, <strong>no</strong>Uruguai, <strong>para</strong> poder exportar. “Nós só atuam<strong>os</strong> <strong>no</strong> mercado de maior valor agregadoe aonde consideram<strong>os</strong> que tem<strong>os</strong> maiores chances de sucesso. N<strong>os</strong>so objetivoé concorrer com importad<strong>os</strong> e substituir o importado.” (Adria<strong>no</strong>/ Miolo).Para aumentar a produção de vinh<strong>os</strong> fin<strong>os</strong>, com destaque <strong>para</strong> <strong>os</strong> vinh<strong>os</strong>superiores, foi construída, recentemente, uma <strong>no</strong>va unidade produtiva pelo grupoCarrau, em Rivera, na fronteira com o <strong>Brasil</strong>. “A adega da fronteira é mais elitista,ou seja, só trabalha com vinh<strong>os</strong> premium de grande qualidade.” (Javier/Carrau).Nessa zona, onde foi construída a adega Cerro Chapéu, já existia, há maisde duas décadas, vinhed<strong>os</strong> da Carrau. Estes situam-se próxim<strong>os</strong> d<strong>os</strong> vinhed<strong>os</strong>do projeto Almadén, instalad<strong>os</strong> na fronteira brasileira, em 1974, como já foi referido
195anteriormente. Isso deve-se ao fato de que a escolha da área fronteiriça — Rivera(Uruguai) <strong>para</strong> a instalação da Carrau e Santana do Livramento (<strong>Brasil</strong>) <strong>para</strong> <strong>os</strong>vinh<strong>os</strong> Almadén — foi fruto de um projeto de investigação realizado em colaboraçãocom a Universidade da Califórnia, durante <strong>os</strong> an<strong>os</strong> de 1974 e 1975, <strong>no</strong> sul do<strong>Brasil</strong>, dirigido por Juan Carrau Pujol, que foi o fundador d<strong>os</strong> vinh<strong>os</strong> Carrau, em1976. Portanto, a ampliação da fronteira vitícola do <strong>Brasil</strong> e do Uruguai ocorreu<strong>para</strong> a mesma área e de forma simultânea.Quanto a<strong>os</strong> <strong>no</strong>v<strong>os</strong> produt<strong>os</strong> <strong>para</strong> ampliar o portfólio, verificou-se, <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>e <strong>no</strong> Uruguai, a ocorrência tanto da produção de vinh<strong>os</strong> de maior valor agregadoe preço, como citado acima, como a produção de vinh<strong>os</strong> mais jovens e/ou depreç<strong>os</strong> mais acessíveis, alguns com embalagens me<strong>no</strong>res, <strong>para</strong> atender aomercado inter<strong>no</strong>, devido à diminuição do consumo de vinh<strong>os</strong> fin<strong>os</strong>, tendo emvista a redução do poder aquisitivo de ambas as populações.O desenvolvimento de <strong>no</strong>v<strong>os</strong> vinh<strong>os</strong> pode permitir a segmentação demercad<strong>os</strong> e/ou a abrangência de <strong>no</strong>v<strong>os</strong> mercad<strong>os</strong>, e essas i<strong>no</strong>vações em produt<strong>os</strong>podem ser fundamentais <strong>para</strong> a viabilidade da firma, em longo prazo, n<strong>os</strong>mercad<strong>os</strong>. A necessidade de constantes i<strong>no</strong>vações d<strong>os</strong> produt<strong>os</strong> é resultanteda própria dinâmica do mercado, impulsionada por alterações nas preferênciase n<strong>os</strong> hábit<strong>os</strong> d<strong>os</strong> consumidores, como ocorreu com o maior incremento dademanda por vinho tinto, e pelo acréscimo da pressão competitiva, que estimulaa oferta de <strong>no</strong>v<strong>os</strong> tip<strong>os</strong> de vinh<strong>os</strong> n<strong>os</strong> mercad<strong>os</strong>.Portanto, em amb<strong>os</strong> <strong>os</strong> países, foram citad<strong>os</strong> o uso da estratégia dadiferenciação <strong>para</strong> produt<strong>os</strong> superiores e a de me<strong>no</strong>r custo <strong>para</strong> produt<strong>os</strong> básic<strong>os</strong>ou intermediári<strong>os</strong>, como fala um d<strong>os</strong> entrevistad<strong>os</strong>: “Em uma linha de vinh<strong>os</strong> depreço intermediária, com qualidade intermediária, o preço é determinante. Ouseja, o consumidor compra muito pelo preço. Na linha mais alta d<strong>os</strong> vinh<strong>os</strong>premium ou ‘ultrapremium’, o preço passa a ser secundário” (Andres/T<strong>os</strong>canini).De acordo com tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> entrevistad<strong>os</strong>, a diferenciação do produto é umaestratégia muito usual, e tod<strong>os</strong> consideram seu vinho diferenciado por distintasrazões: por ser mais envelhecido (De Lantier); por ser resultante de uma matéria--prima de melhor qualidade (Aurora); por p<strong>os</strong>suir uma relação preço/qualidademuito boa; por ter uma identidade própria e ser baseado <strong>no</strong> terroir (Miolo); porproduzir vinh<strong>os</strong> com qualidade comprovada, p<strong>os</strong>suindo a certificação ISO 9000(Carrau); por produzir vinh<strong>os</strong> muito encorpad<strong>os</strong> e com muito tani<strong>no</strong> (T<strong>os</strong>canini);por produzir vinh<strong>os</strong> mais jovens e aromátic<strong>os</strong> (Aria<strong>no</strong>); por p<strong>os</strong>suir certificaçãode procedência (Miolo, Cordelier, Aria<strong>no</strong>, Carrau, Irurtia e T<strong>os</strong>canini).A diferenciação foi mais destacada pelas duas empresas que só produzemvinh<strong>os</strong> fin<strong>os</strong>, ou seja, a Carrau e a Miolo. Nesta última, foi afirmando que,“(...) em cada região, farem<strong>os</strong> um vinho diferente, segundo o terroir. São realida-
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