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As estratégias empresariais para os vinhos finos no Brasil e no ...

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187Comumente, as estratégias são formadas pela imp<strong>os</strong>ição ou com grandeinfluência d<strong>os</strong> desej<strong>os</strong> e das aspirações d<strong>os</strong> membr<strong>os</strong> que detêm o poder, poisa estrutura de poder pode impor a<strong>os</strong> demais element<strong>os</strong> da empresa <strong>os</strong> objetiv<strong>os</strong>a serem perseguid<strong>os</strong> ou influenciar <strong>os</strong> seus membr<strong>os</strong> <strong>para</strong> que <strong>os</strong> adotem.Porém a estrutura de poder pode incorporar a seus desej<strong>os</strong> e aspirações <strong>os</strong> deoutras categorias da empresa (Bethlem, 1998). Onde o processo decisório émais concentrado, como na Cordelier, na Aria<strong>no</strong>, na Irurtia e na T<strong>os</strong>canini, essasituação de imp<strong>os</strong>ição ou de grande influência foi mais visível. Em outrasempresas, essa relação da estratégia com o poder apareceu de forma implícitae mais sutil.A maior concentração do poder decisório n<strong>os</strong> principais executiv<strong>os</strong> écaracterística das empresas de me<strong>no</strong>r porte; à medida que aumenta o tamanhoda organização e a complexidade das tarefas, há, em geral, um crescimento dahierarquia e maior delegação de autoridade. Apesar de a questão da centralizaçãoenvolver uma distribuição do poder (Hall, 1982), o qual pode ser originado dediversas fontes, como o controle de recurs<strong>os</strong>, do processo de tomada de decisão,do conhecimento e da informação, da tec<strong>no</strong>logia, dentre outr<strong>os</strong>, em nenhummomento, durante as entrevistas, foi comentada a existência de conflit<strong>os</strong> nasrelações internas das empresas. Ao contrário, foi enfatizado que havia sempreuma equipe bem integrada <strong>para</strong> atingir objetiv<strong>os</strong>, metas e estratégiasestabelecidas. Isso não significa ig<strong>no</strong>rar a existência do poder nas empresas.Segundo Morgan (1996, p. 164), a autoridade 11 formal é a primeira fonte de poder,pois é “(...) um tipo de poder legitimado, que é respeitado e conhecido por aquelescom quem se interage”.Nas empresas uruguaias Aria<strong>no</strong>, Irurtia e T<strong>os</strong>canini, destaca-se o relevantepapel do modelo familiar de gestão, com a delegação de autoridade <strong>no</strong> âmbitoda família, onde se observa a importância do parentesco de maneira muito maisacentuada do que em outras empresas de propriedade familiar, como a Salton,a Miolo e a Carrau, uma vez que, na Cordelier, só trabalha um d<strong>os</strong> sóci<strong>os</strong> (ooutro é sua esp<strong>os</strong>a). Nas três primeiras empresas, todas as estratégias sãoformuladas/implementadas pela família; nas três seguintes, a família continuatendo um relevante papel, mas alguns executiv<strong>os</strong> passam a participar destas,porém sempre com a supervisão direta de um d<strong>os</strong> diretores, que é da família.11Lukes (1980) faz uma interessante distinção entre poder e autoridade, m<strong>os</strong>trando que opoder é considerado como uma parte integrante ou como oriundo da autoridade. “(...) aautoridade envolve o não-exercício do julgamento privado. Quem aceita a autoridade, aceitacomo razão suficiente <strong>para</strong> agir ou acreditar <strong>no</strong> fato de ter sido instruído nesse sentido poralguém, cuja pretensão de fazer isso é por ele reconhecida” (Lukes, 1980, p. 831).

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