As estratégias empresariais para os vinhos finos no Brasil e no ...
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181sendo implementada, aproveitando parte das instalações físicas já existentes,com uma substituição parcial e crescente d<strong>os</strong> vinh<strong>os</strong> de mesa — que ainda têmum grande mercado inter<strong>no</strong> — por vinh<strong>os</strong> fin<strong>os</strong>. Em 2001, <strong>os</strong> vinh<strong>os</strong> fin<strong>os</strong>representavam entre 29% (Aria<strong>no</strong>) e 50% (Irurtia) da produção total de vinh<strong>os</strong>dessas empresas.Para essas empresas, as estratégias <strong>para</strong> <strong>os</strong> vinh<strong>os</strong> fin<strong>os</strong> formaram-se evêm sendo implementadas ao longo do tempo, adequando-se às mudanças <strong>no</strong>ambiente exter<strong>no</strong>, tendo em vista <strong>os</strong> recurs<strong>os</strong> e as capacitações das vinícolas,e com o respaldo de algumas instituições, conforme exp<strong>os</strong>to por dois diretores.“Se vai monitorando o que estão passando e, pouco a pouco, nós vam<strong>os</strong> formandoas estratégias (...) <strong>As</strong> estratégias ocorreram de forma natural, de maneira práticae intuitiva." (Elizabeth/Aria<strong>no</strong>). “Na verdade, as estratégias ocorreram ao longodo tempo, pois a decisão de produzir vinh<strong>os</strong> fin<strong>os</strong> se deu há cerca de 15 an<strong>os</strong>atrás, e a decisão de exportar é algo que naturalmente ocorreu pela produção dovinho fi<strong>no</strong>.” (Andres/T<strong>os</strong>canini).Algumas estratégias foram implementadas pouco a pouco, por tentativa eerro, sob a forma de um processo de aprendizagem: “Fazíam<strong>os</strong>, erram<strong>os</strong> ecorrigim<strong>os</strong> até obter o melhor que podíam<strong>os</strong>” (Nelson/Aria<strong>no</strong>).Como tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> principais carg<strong>os</strong> diretiv<strong>os</strong> pertencem a um membro dafamília, sendo cada um responsável por uma área, exceto na Irurtia, onde foicontratado um executivo <strong>para</strong> implementar as estratégias de exportação, emgeral <strong>os</strong> membr<strong>os</strong> da família que participam da empresa são <strong>os</strong> responsáveispela formação e pela implementação das estratégias. Destarte, esses doisprocess<strong>os</strong> estão interligad<strong>os</strong>. Em geral, <strong>os</strong> familiares discutem as idéias, e asestratégias são formuladas em conjunto, mas a implementação fica a cargo doresponsável por cada área. Entretanto as decisões são mais concentradas doque parecem ser a princípio, pelo men<strong>os</strong> na Aria<strong>no</strong> e na Irurtia.Na Aria<strong>no</strong>, até há pouco tempo atrás, todas as estratégias eram formuladaspor três pessoas, <strong>os</strong> dois sóci<strong>os</strong> proprietári<strong>os</strong> e uma das filhas, que é responsávelpela comercialização interna e externa. Com a morte de um d<strong>os</strong> sóci<strong>os</strong> aindaem 2002, “(...) as decisões foram tomadas um pouco entre tod<strong>os</strong>, mas,principalmente, por mim e por minha filha Elizabeth. É uma empresa bem familiar,e as decisões são concentradas” (Nelson/Aria<strong>no</strong>).Na Irurtia, destaca-se o relevante papel do proprietário e chefe da família,que supervisiona todas as atividades da vinícola e tem o maior poder decisório:“Antes, todas decisões eram tomadas por meu pai; agora se discute em família,mas a palavra final continua sendo dele, que é o grande chefe” (Liliana/Irurtia).A concentração do poder e a inexistência de qualquer tipo de pla<strong>no</strong> sãoconsideradas pel<strong>os</strong> entrevistad<strong>os</strong> como uma característica das vinícolasuruguaias, de gestão familiar. Portanto, as empresas não redigem as decisões,