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As estratégias empresariais para os vinhos finos no Brasil e no ...

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186Por conseguinte, enquanto algumas estratégias foram deliberadas racionalmente,outras foram emergentes, dada a complexidade e a imprevisibilidadedo ambiente da organização (Mintzberg; Lampel, 1999). Normalmente, as empresaspassam por long<strong>os</strong> períod<strong>os</strong> em que a estratégia evolui de maneiraincremental, isto é, as decisões baseiam-se nas anteriores. E a acumulaçãodas decisões do passado molda a estratégia do futuro. A mudança estratégicaincremental pode ser vista como uma excelente reação adaptativa em ambientesem constante mutação. Contudo, de acordo com Johnson (1999a, p. 442), essepadrão incremental “(...) nem sempre é a conseqüência do planejamento gerencialdeliberado. Às vezes é o produto da cultura organizacional”. E, à medida que<strong>no</strong>vas idéias são colocadas em ação e que as iniciativas são bem-sucedidas,estas podem ser incorporadas pelas lideranças, sob a forma de estratégiasemergentes, como ocorreu nas vinícolas, em especial, naquelas em que oprocesso de aprendizagem estratégico foi mais acentuado.Todas as empresas afirmaram não ter encontrado maiores resistências naimplementação e/ou na alteração de alguma estratégia, havendo, de acordocom tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> entrevistad<strong>os</strong>, um comprometimento de pessoas e d<strong>os</strong> recurs<strong>os</strong><strong>para</strong> a sua implementação. Isso significa que tod<strong>os</strong> estão compromissad<strong>os</strong>com a estratégia e que ela é considerada importante <strong>para</strong> a empresa. Essasituação facilita, mas não garante, que a estratégia seja bem-sucedida.Entretanto, Noble e Mokwa (1999), em uma ampla pesquisa sobre aimplementação das estratégias de marketing com <strong>os</strong> gerentes de níveisintermediári<strong>os</strong>, constataram que a visão da estratégia, a importância percebidada estratégia e o compromisso de tod<strong>os</strong> na organização influenciaram <strong>no</strong>compromisso da estratégia. Por sua vez, o compromisso de tod<strong>os</strong> exerceuinfluência diretamente <strong>no</strong> sucesso da implementação. Daí se depreende arelevância de tod<strong>os</strong> estarem envolvid<strong>os</strong> na empresa.Por outro lado, a não-resistência pode ser explicada, em parte, pelo fato deque em nenhuma das empresas analisadas ocorreu uma mudança radical. Apesarde o diretor da Aurora ter afirmado que, a partir de 1996, época em que ocorreusua maior crise, a empresa é diferente, ao longo das entrevistas nessa vinícola,<strong>no</strong>tou-se que hoje a empresa está mais focada nas suas estratégias e em resolveras pendências financeiras do passado, mas não houve uma ruptura que tenhaoriginado uma <strong>no</strong>va configuração, pois essa mudança vem ocorrendo de formagradual. Por conseguinte, nas <strong>no</strong>ve empresas analisadas, não foi observado oque é explicado como mudança quântica ou salto quântico por Mintzberg,Ahlstrand e Lampel (2000) e por Mintzberg (1998), ou seja, quando há umdistanciamento significativo das práticas anteriores, sendo necessária,repentinamente, uma mudança simultânea em vári<strong>os</strong> padrões estabelecid<strong>os</strong>.

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