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As estratégias empresariais para os vinhos finos no Brasil e no ...

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5.2.1.1 - Estratégias <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>171Algumas empresas sentiram mais do que outras a concorrência <strong>no</strong> mercadointer<strong>no</strong>, resultante do incremento da importação de vinh<strong>os</strong> fin<strong>os</strong>. Em 1994, teveinício uma grande importação de vinh<strong>os</strong> alemães branc<strong>os</strong> e suaves em umagarrafa azul cobalto, com preço muito baixo. Inicialmente, <strong>os</strong> vinh<strong>os</strong> importad<strong>os</strong>estimularam o consumo de vinh<strong>os</strong> fin<strong>os</strong> <strong>no</strong> mercado brasileiro, servindo comomarketing <strong>para</strong> o vinho nacional, pois essa importação “(...) ajudou a divulgar ovinho e aumentou o consumo inter<strong>no</strong>” (Lídio/Cordelier).A grande concorrência foi considerada salutar <strong>para</strong> algumas vinícolas pelofato de ter induzido à alteração de suas estratégias, inicialmente de produt<strong>os</strong> e,p<strong>os</strong>teriormente, de mercado, como a De Lantier e a Aurora. Para outras,dificultou, sobremaneira, <strong>os</strong> negóci<strong>os</strong> e antecipou a implementação de algumasestratégias previstas, como a Miolo. Com a mudança de hábito do brasileiro,que começou a consumir mais <strong>os</strong> vinh<strong>os</strong> tint<strong>os</strong>, as importações destesaumentaram, e as de vinh<strong>os</strong> branc<strong>os</strong> se reduziram. O acréscimo da importaçãode vinh<strong>os</strong> fin<strong>os</strong>, em alguns cas<strong>os</strong> realizad<strong>os</strong> pelas próprias vinícolas, aumentoua relação vinho importado/vinho nacional, acirrando, ainda mais, a concorrência<strong>no</strong> mercado inter<strong>no</strong>, o que foi destacado por tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> participantes da pesquisa.O principal problema, segundo tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> entrevistad<strong>os</strong>, foi a importação devinh<strong>os</strong> barat<strong>os</strong>, adquirid<strong>os</strong>, em geral, apenas por serem oriund<strong>os</strong> de outr<strong>os</strong> países,por uma questão de status. O seu reduzido preço em relação ao nacional foiexplicado com vári<strong>os</strong> argument<strong>os</strong>, como: a existência de subsídi<strong>os</strong> na origem; adiferença de tribut<strong>os</strong> que incidem sobre o produto, que é mais elevada e emcascata <strong>no</strong> país; o p<strong>os</strong>sível subfaturamento das importações; ou como resultadode um produto de qualidade muito duvid<strong>os</strong>a na origem.Inicialmente, com o Pla<strong>no</strong> Real, também a paridade cambial favorecia asimportações. Apesar da desvalorização da moeda brasileira em 1999, o queonerava as importações, <strong>os</strong> vinh<strong>os</strong> estrangeir<strong>os</strong> continuaram entrando <strong>no</strong> mercadobrasileiro. De um lado, <strong>os</strong> excedentes mundiais de produção pressionavam opreço <strong>para</strong> baixo, e, de outro, as maiores escalas de importações realizadaspelas grandes importadoras e atacadistas, incluindo as redes de supermercad<strong>os</strong>,p<strong>os</strong>sibilitaram adquirir o produto mais barato, elevando <strong>os</strong> estoques <strong>no</strong> mercadointer<strong>no</strong>. Essa situação ocorreu ao mesmo tempo em que <strong>os</strong> vinh<strong>os</strong> tint<strong>os</strong> nacionaisaumentaram, sobremaneira, o seu preço, em especial pelo incremento do preçoda uva tinta, devido à sua reduzida oferta <strong>no</strong> mercado frente a uma demandacrescente. Conforme um d<strong>os</strong> entrevistad<strong>os</strong>:“No momento que nós tiverm<strong>os</strong> aqui matéria-prima de qualidade apreço competitivo, nós poderem<strong>os</strong> fazer concorrência frente ao vinhoimportado. O vinho importado assumiu o seu lugar por incompetência

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