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REFORMA POLÍTICA DEMOCRÁTICA

Reforma-política-BAIXA

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A reforma política e o financiamento das campanhas eleitorais 101<br />

nanciamento eleitoral. Afinal, quanto se deve investir no financiamento da<br />

competição política? Não existe fórmula mágica para responder tal pergunta.<br />

Trata-se de uma decisão política. O desafio aqui é definir um valor que viabilize<br />

a competição, mas ao mesmo tempo não onere excessivamente os cofres<br />

públicos. Medidas que barateiem as campanhas eleitorais ajudariam a evitar o<br />

ônus excessivo. Passos nessa direção foram dados por leis recentes, tais como<br />

a lei 11.300, de 2006, que proibiu outdoors, espetáculos, showmícios, apresentação<br />

de artistas em comícios e distribuição de brindes; e a lei 12.891, de<br />

2013, que estabeleceu um teto para gastos eleitorais com veículos automotores<br />

e com a alimentação do pessoal de campanha, e definiu dimensões máximas<br />

para adesivos. Outro exemplo: a adoção do voto em lista fechada (ou flexível)<br />

nas eleições proporcionais poderia não apenas baratear as campanhas, mas<br />

também fazê-las girar mais em torno de plataformas partidárias do que de<br />

figuras individuais como acontece hoje. Este exemplo deixa claro que, embora<br />

os capítulos deste livro discutam separadamente os grandes temas da reforma<br />

política, na prática eles estão profundamente interligados.<br />

Até este ponto, o foco do capítulo esteve posto sobre o lado da oferta de<br />

recursos eleitorais. É importante focalizar também o lado da demanda por<br />

esses recursos. Sendo assim, a segunda questão a ser tratada são os critérios<br />

de distribuição dos recursos públicos que substituiriam os recursos privados<br />

no financiamento eleitoral. Este trabalho já mostrou que, no modelo atual,<br />

os maiores partidos políticos (principalmente o PT, o PSDB e o PMDB) são<br />

favorecidos na distribuição de todos os tipos de recursos eleitorais, tanto privados<br />

quanto públicos. Se, por um lado, essa distribuição assimétrica acompanha<br />

as preferências do eleitorado brasileiro, por outro lado pode prejudicar<br />

a competição política, em detrimento dos partidos menores. Sabe-se porém,<br />

que, no modelo vigente, a indústria de criação de partidos políticos é estimulada<br />

pela garantia constitucional de acesso de todos o partidos a recursos<br />

públicos, tais como o Fundo Partidário e o horário gratuito no rádio e na TV.<br />

Muitas vezes, o horário gratuito é usado por partidos pequenos como moeda<br />

de troca na formação de coligações com os partidos maiores, com vistas ao<br />

alcance de cargos públicos e espaços de poder. Portanto, o segundo desafio<br />

é estabelecer critérios de distribuição dos recursos eleitorais públicos que, ao<br />

mesmo tempo, respeitem as preferências do eleitorado, mas não desnivelem

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