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REFORMA POLÍTICA DEMOCRÁTICA

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236 Reforma política democrática<br />

mandatos de cargos executivos e parlamentares. De certa forma, já é assim<br />

quando se leva em conta os âmbitos federal e estadual. Mas há quem defenda<br />

que se unifiquem todas as esferas governamentais, com a eleição conjunta<br />

de presidente, governadores e prefeitos, bem como de senadores, deputados<br />

federais e estaduais e vereadores, tudo numa mesma data, a cada quatro anos.<br />

A justificativa de quem defende a proposta é relativa à economia de recursos<br />

públicos para a realização de processos eleitorais que envolvem todo<br />

o país a cada dois anos. Argumenta-se também que as eleições municipais,<br />

realizadas bem na metade dos mandatos de presidente e governadores, leva à<br />

paralisia administrativa, na medida em que boa parte da classe política e dos<br />

gestores públicos eleitos envolve-se na disputa eleitoral, tentando ajudar na<br />

vitória de seus partidos e seus correligionários nas disputas pelo comando de<br />

cidades e de suas respectivas câmaras de vereadores. Sustentam ainda os defensores<br />

da tese da unificação do calendário eleitoral que eleições realizadas a<br />

cada dois anos, intercalando-se a escolha dos executivos e legislativos federais<br />

(Senado Federal e Câmara dos Deputados) e estaduais com os executivos e<br />

legislativos municipais, estimulam a infidelidade partidária e o troca-troca<br />

de legendas ao sabor das circunstâncias eleitorais. Mas o argumento mais<br />

importante daqueles que defendem a unificação do calendário eleitoral parte<br />

de prefeitos de todo o país: eventuais trocas de comando nos governos federal<br />

e estadual resultam na descontinuidade de programas feitos em parceria<br />

pelos diversos níveis de governo e na paralisação da transferência de recursos<br />

relativos a eles para as prefeituras.<br />

A unificação do calendário eleitoral, no entanto, está longe de ser uma<br />

unanimidade entre políticos, gestores públicos, acadêmicos e lideranças da<br />

sociedade civil. Para muita gente, não é saudável a ocorrência de eleições apenas<br />

a cada quatro anos, período considerado muito longo para que o eleitorado<br />

possa manifestar suas preferências políticas por meio do voto. Além<br />

disso, temem-se dois riscos, um menor e outro maior. O menor diz respeito à<br />

eventual vitória arrebatadora de alguma candidatura presidencial que venha a<br />

influenciar as escolhas do eleitorado tanto para os governos estaduais quanto<br />

municipais. Digo menor porque, de fato, esse fenômeno tem sido pouco observado<br />

nos últimos pleitos, talvez tendo sido a última ocorrência na eleição<br />

para governos estaduais em 1986, no auge de popularidade do governo José

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