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REFORMA POLÍTICA DEMOCRÁTICA

Reforma-política-BAIXA

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164 Reforma política democrática<br />

A tabela 3 apresenta alguns dados importantes para a análise. Uma leitura<br />

simples dos dados sugere algumas conclusões que confirmam ou não as interpretações<br />

discutidas na seção anterior. Primeiro, dos 18 países latino-americanos<br />

listados, nove utilizam RP com listas fechadas, cinco RP com listas abertas<br />

e quatro possuem sistemas mistos. Dentre eles, os países com sistemas mistos<br />

têm representação média de mulheres de 31,7%, os de RP com lista fechada<br />

têm 25,64% e os de RP com lista aberta, uma média de 21,9%. É importante<br />

destacar aqui que o Equador eleva significativamente o percentual dos países<br />

com RP e listas abertas. Sem este país, o percentual médio dos países com RP<br />

e listas abertas seria de apenas 16,9% – mais a frente será apresentada uma<br />

análise sobre por que este país difere dos demais. Dos seis países com médias<br />

superiores a 30%, dois deles (Bolívia e México) têm sistemas eleitorais mistos,<br />

três têm RP com listas fechadas (Argentina, Costa Rica e Nicarágua), e um<br />

deles (Equador) tem RP com lista aberta.<br />

Alguns aspectos se destacam por confirmarem ou refutarem as interpretações<br />

de autores apresentadas na parte anterior deste capítulo. O primeiro deles<br />

é a relevância das cotas. Todos os seis países com percentuais acima de 30%<br />

de mulheres em suas Câmaras Baixas possuem cotas. O segundo é o melhor<br />

desempenho eleitoral das mulheres em países com sistemas eleitorais mistos. O<br />

terceiro é o percentual alto de mulheres na Câmara Baixa do Equador, onde o<br />

sistema eleitoral é RP com listas abertas. Portanto, enquanto o primeiro item<br />

desta leitura dos dados confirma as teorias de especialistas na temática, os dois<br />

últimos sugerem interpretações distintas. Porém, uma análise mais atenta desses<br />

casos demonstra que nem sempre as coisas são como aparentam à primeira vista.<br />

Primeiro, em termos de médias percentuais, países com sistemas mistos<br />

têm sido mais favoráveis às mulheres. Porém, o melhor desempenho das mulheres<br />

em países com sistemas eleitorais mistos, particularmente o destaque<br />

boliviano, é facilmente explicado com relação às interpretações anteriores.<br />

Como já visto, sistemas mistos elegem parte de seus candidatos por meio de<br />

eleições majoritárias e parte por RP. Normalmente, a parte majoritária desses<br />

tipos de sistemas favorece candidaturas de homens, pelos motivos já expressos,<br />

particularmente em se tratando de distritos uninominais em que a disputa por<br />

candidaturas é mais acirrada. No entanto, contrariando a norma, na Bolívia e<br />

no México, as cotas são empregadas também na parte majoritária; e, na parte

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