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REFORMA POLÍTICA DEMOCRÁTICA

Reforma-política-BAIXA

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Suplente de senadores: representatividade e governabilidade 243<br />

o cargo de senador e 35%, o de governador. Entre os suplentes, os números<br />

são: 15%, 1% e 0%, respectivamente.<br />

Diante dessa situação, os suplentes não se conectam com o eleitor e não<br />

estão preocupados com a accountability, isto é, com a prestação de contas dos<br />

seus atos. Se não pretendem se candidatar, não têm interesse em conquistar<br />

o apoio do eleitor por meio de atitudes e decisões. Nesse contexto, a eleição<br />

ocupa uma posição crucial, apresentando-se como a referência orientadora<br />

entre representante e representado. Ela serve tanto para a escolha de novos<br />

membros como para o julgamento daqueles que exercem o poder. No caso dos<br />

suplentes, nem uma coisa, nem outra.<br />

Além dos problemas de representatividade e responsividade, a figura dos<br />

suplentes preocupa por diversos outros motivos. Um deles deve-se ao fato de<br />

poderem participar de quaisquer discussões e decisões realizadas no âmbito<br />

do Congresso Nacional, bem como ocupar cargos importantes, nas mesmas<br />

condições dos senadores detentores do mandato. Eles podem assinar pedido<br />

de informação ao Executivo, apresentar projetos de lei e emendas, votar, participar<br />

de comissões, realizar discursos, presidir comissões parlamentares de<br />

inquérito, participar do Conselho de Ética. Enfim, os suplentes de senadores<br />

podem executar todas as atribuições que têm os senadores titulares. Isso não<br />

acontece na Câmara, embora os suplentes de deputados tenham sido eleitos<br />

com o respaldo das urnas: na câmara baixa, eles não podem ocupar cargos na<br />

mesa diretora, não podem ser presidente ou vice-presidente de comissão, não<br />

podem participar da procuradoria parlamentar, ser ouvidor-geral, corregedor<br />

substituto ou procurador da mulher .<br />

Outro motivo de preocupação deve-se ao fato de o contingente de suplentes<br />

de senador não ser tão inexpressivo quanto parece. De acordo com Araújo<br />

(2012), no período de 1989 a 2006, cerca de 23% dos senadores eram suplentes.<br />

Weffort (2009) e Moraes (2006) encontraram número semelhante em<br />

anos anteriores: 20%. De acordo com Neiva e Izumi (2012), eles responderam<br />

por mais de 16% dos votos dados no plenário da Casa no período iniciado<br />

com a Constituição de 1988 até 2008, tendo chegado próximo a um quarto<br />

dos seus membros em alguns momentos.<br />

Em dezembro de 2009, por exemplo, 23% das cadeiras estavam sendo<br />

ocupadas por suplentes. Enquanto isso, o número deles na Câmara dos Depu-

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