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REFORMA POLÍTICA DEMOCRÁTICA

Reforma-política-BAIXA

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232 Reforma política democrática<br />

Em junho de 1994, durante o governo de Itamar Franco, foi promulgada<br />

pelo Congresso Nacional a emenda constitucional de revisão que reduziu de<br />

cinco para quatro anos o mandato presidencial. Algum tempo depois, em<br />

1997, já no decorrer do governo de Fernando Henrique Cardoso, foi aprovada<br />

pelo mesmo Congresso, em meio às suspeitas de favorecimento financeiro a<br />

parlamentares, a emenda constitucional 16, que modificou o texto da Carta<br />

Magna, e o § 5 o do Art. 14 passou a prever que “o presidente da República, os<br />

governadores de Estado e do Distrito Federal, os prefeitos e quem os houvesse<br />

sucedido, ou substituído no curso dos mandatos” poderiam ser reeleitos para<br />

um único período subsequente.<br />

Uma prática reiterada desde que a reeleição foi introduzida no sistema<br />

político brasileiro é a permanência do mandatário no cargo, concorrendo à<br />

própria continuidade de seu mandato sem ter a necessidade de se afastar. Em<br />

alguns poucos casos, o governante formalizou seu afastamento, não apenas<br />

para poder dedicar-se com mais afinco à campanha eleitoral como para, ao<br />

menos do ponto de vista simbólico, tentar dissipar impressões de uso da máquina<br />

pública em seu favor. Em outros casos, o afastamento foi solicitado<br />

apenas por questão de conveniência, de modo a abrir mais espaço na agenda<br />

do governante para compromissos eleitorais. E na maioria das vezes, nossos<br />

mandatários não têm pedido o afastamento, acumulando a campanha à própria<br />

reeleição com as funções cotidianas à frente do Executivo.<br />

A reeleição de Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e<br />

Dilma Rousseff demonstra que a maioria do eleitorado aprovou o instituto da<br />

reeleição, ao menos no que diz respeito à eleição presidencial. Mas, no caso<br />

dos governadores, a taxa de reeleição tem variado bastante: em 1994 foram<br />

dois; em 1998, 14; em 2002, oito; em 2006, novamente 14; em 2010, 13 e<br />

em 2014, 11. 1 Os casos dos tucanos Marconi Perillo, em Goiás, e Simão Jatene,<br />

no Pará, são os mais emblemáticos, já tendo ambos sido eleitos por três<br />

vezes para governar seus respectivos Estados. Já o Rio Grande do Sul jamais<br />

reelegeu um governador. O Acre, por sua vez, elege e reelege candidatos do<br />

Partido dos Trabalhadores para o comando do Estado desde 1998, enquanto<br />

o PSDB comanda o Estado de São Paulo desde 1994.<br />

1<br />

Ver site do Tribunal Superior Eleitoral. Disponível em: . Acesso em 12 fev.<br />

2015.

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