03.09.2015 Views

REFORMA POLÍTICA DEMOCRÁTICA

Reforma-política-BAIXA

Reforma-política-BAIXA

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Introdução 19<br />

desde 2013, de encaminhar a proposta da presidenta Dilma – lançada como<br />

resposta às manifestações de rua então ocorridas – de se realizar um plebiscito<br />

oficial para consultar a população sobre a proposta de Constituinte Exclusiva<br />

da Reforma Política, o movimento social Plebiscito Popular decidiu organizar<br />

uma campanha de luta para tentar abrir o caminho para a implementação da<br />

referida proposta.<br />

O último artigo é de Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores<br />

(CUT), a maior organização sindical da América Latina, que participa<br />

tanto da Coalizão Democrática como do Plebiscito Popular. Vagner<br />

Freitas, entre outros temas, destaca que a atual composição conservadora do<br />

Congresso Nacional e o discurso da grande mídia são fortes obstáculos aos<br />

que militam por uma reforma política que conduza a um sistema representativo<br />

mais democrático e mais comprometido com os interesses materiais e de<br />

maior participação da classe trabalhadora nas decisões públicas.<br />

Um das questões mais enfrentadas no debate público nacional atualmente é<br />

a onda de mudança na conjuntura. Não cabe aqui abordá-la, a não ser em uma<br />

breve referência ao que diz respeito ao processo da reforma política. A direita<br />

liberal-conservadora está encampando a reforma política, no Congresso, pela<br />

PEC 352/2013, e nas ruas, como observado em algumas manifestações de 12<br />

de abril. A conjuntura torna ainda mais difícil a realização da reforma política<br />

democrática e faz da união suprapartidária das forças do campo democrático<br />

e popular um imperativo político. Isso vai ao encontro do que vários autores<br />

apontam: a reforma política é difícil, requer vencer uma férrea disputa política.<br />

Instituições políticas consolidadas e entranhadas no comportamento e no<br />

cálculo estratégico dos atores, como o financiamento empresarial e a lista aberta,<br />

têm força hercúlea e só mudam se seu calcanhar de aquiles for identificado<br />

e alvejado pelas lideranças reformistas, a partir de uma maioria institucional<br />

respaldada pelos eleitores e pela sociedade civil organizada. E não há maior<br />

ponto fraco do que a inadequada correspondência do sistema político brasileiro<br />

ao princípio democrático da igualdade política, em múltiplos sentidos,<br />

especialmente nas dimensões social, de gênero e racial, todas elas expressas em<br />

cidadanias desigualmente constituídas e, não à toa, subespelhadas na imagem<br />

predominantemente narcisista que as elites têm logrado impor às instituições<br />

do sistema representativo.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!