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REFORMA POLÍTICA DEMOCRÁTICA

Reforma-política-BAIXA

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A reforma política e o financiamento das campanhas eleitorais 95<br />

i O modelo brasileiro de financiamento de campanhas é marcado pela preponderância<br />

incontrastável das doações empresariais.<br />

ii Não obstante, há outras fontes significativas de recursos eleitorais, tanto<br />

privadas (doações de pessoas físicas e autodoações de candidatos) quanto<br />

públicas (propaganda eleitoral gratuita e Fundo Partidário).<br />

iii Um grupo relativamente pequeno de doadores concentra uma parte desproporcionalmente<br />

grande das doações privadas, tanto de empresas quanto<br />

de pessoas físicas, bem como de autodoações de candidatos.<br />

iv Em maior ou menor medida, a distribuição de todos os tipos relevantes<br />

de recursos eleitorais, tanto privados quanto públicos, favorece os maiores<br />

partidos políticos.<br />

O modelo brasileiro de financiamento de campanhas é muito criticado. A<br />

principal crítica é que a grande dependência em relação a recursos privados,<br />

e a concentração desses recursos privados por grandes doadores, colocam em<br />

risco valores cruciais para uma democracia, tais como a igualdade política<br />

entre os cidadãos, distorcendo-a em favor dos maiores financiadores; a competição<br />

política entre os candidatos, desnivelando-a em favor dos mais financiados;<br />

e o comportamento republicano dos eleitos, possibilitando que, em suas<br />

decisões, os interesses particulares de grandes financiadores se sobreponham<br />

aos interesses particulares dos demais cidadãos, bem como ao interesse público.<br />

Em decorrência disso, os cidadãos comuns podem ficar desconfiados<br />

da política, e desencantar-se com ela; potenciais candidatos com propostas<br />

divergentes dos interesses dos grandes financiadores podem ter graves dificuldades<br />

para enfrentar a disputa eleitoral de forma competitiva ou simplesmente<br />

desistir de enfrentá-la; e a atuação dos representantes eleitos pode tornar-se<br />

flagrantemente ilegítima.<br />

Pensemos, inicialmente, no caso dos grandes doadores empresariais. Por<br />

que, afinal, algumas empresas de grande porte fazem contribuições eleitorais<br />

tão vultosas? As motivações em jogo podem ser diversas e, muitas vezes,<br />

estão misturadas. A doação pode ser impulsionada, por exemplo, por laços<br />

sociais, de amizade ou de parentesco entre empresário e candidato. A contribuição<br />

também pode atender afinidades ideológicas, exprimindo a preferência<br />

do empresário pela visão de mundo, ou pela plataforma política, dos

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