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REFORMA POLÍTICA DEMOCRÁTICA

Reforma-política-BAIXA

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Que reforma política interessa às mulheres? 157<br />

decisões políticas de governos no mundo é indicativo de obstáculos intencionais<br />

ou involuntários e requerem ações afirmativas para que ocorram mudanças.<br />

O percentual médio de mulheres em posições parlamentares no mundo é<br />

de 21,9% (Câmaras Altas: 20,2% e Câmaras Baixas: 22,2%). Embora baixo,<br />

esse número vem crescendo de forma constante, e 42 países têm hoje percentuais<br />

superiores a 30% de mulheres em suas câmaras legislativas. Esse número<br />

de países é significativo se comparado com o de 18 anos atrás, quando as cotas<br />

passaram a ser implementadas em ritmo acelerado 7 . Entaõ, apenas cinco países<br />

(os escandinavos) no mundo tinham média superior a 30%, e o percentual<br />

mundial de mulheres nos parlamentos era de 11,7%. Esse aumento em menos<br />

de 20 anos não representa uma evolução natural, mas é consequência de desenhos<br />

eleitorais e mecanismos específicos implementados em diferentes países.<br />

A política de cotas é um dos principais instrumentos recentemente utilizados<br />

no mundo para elevar o número de mulheres em posições de tomada de<br />

decisão política. Elas são normalmente adotadas nos seguintes contextos: a)<br />

preenchimento das listas eleitorais dos partidos ou coligações com um percentual<br />

mínimo e máximo de candidaturas de cada sexo; b) reserva de assentos em<br />

posições parlamentares; e c) reserva voluntária de vagas pelos partidos nas suas<br />

listas eleitorais (às vezes também como preenchimento de um percentual determinado<br />

de vagas nas suas estruturas de lideranças internas). Os dois primeiros<br />

modelos são efetivados a partir de iniciativas constitucionais ou legislativas que<br />

regulamentam o comportamento eleitoral de todos os partidos, enquanto o último<br />

é voluntariamente adotado pelos partidos políticos por meio de seus estatutos.<br />

Dado o objetivo deste trabalho, o foco aqui recairá nas cotas legislativas 8 .<br />

Atualmente, mais de 100 países no mundo implementam cotas para posições<br />

legislativas (Krook et al, 2009), e na América Latina somente três países<br />

não as utilizam, sendo que todos os demais têm cotas de 20% a 50% 9 . As cotas<br />

para posições legislativas começaram a ser empregadas na América Latina no<br />

início dos anos 1990, quando em 1993 o parlamento argentino deliberou que<br />

7<br />

Os dados para a posição de mulheres em parlamentos do mundo no site do IPU são disponibilizados<br />

para legislaturas a partir de 1997.<br />

8<br />

Para mais detalhe sobre os outros tipos de cotas, ver: Sacchet, 2013, 2008.<br />

9<br />

Enquanto nos anos 1990 e início dos anos 2000 a tendência era pela implementação de<br />

cotas de 30%, vários países no período recente têm optado por uma política de paridade.

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