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REFORMA POLÍTICA DEMOCRÁTICA

Reforma-política-BAIXA

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Como aperfeiçoar a representação proporcional no Brasil 107<br />

às novas lideranças pentecostais); serviu para renovar a elite política brasileira;<br />

garantiu um razoável respeito às preferências eleitorais quando estas se<br />

transformam em representação política; e contribui para atrair para o processo<br />

eleitoral forças políticas radicais, que teriam pouco incentivo para fazê-lo na<br />

vigência de um sistema eleitoral mais restritivo.<br />

Apesar dessas virtudes, o sistema representativo brasileiro tem sido marcado<br />

por duas características negativas e que se aprofundaram nos últimos anos:<br />

a hiperfragmentação partidária e as campanhas centradas em candidatos, com<br />

reduzida importância dos partidos nas disputas para o legislativo. Este texto<br />

discute como o sistema eleitoral brasileiro colaborou para isso e sugere algumas<br />

reformas, razoavelmente simples de serem implementadas, que podem<br />

contribuir para minorar os efeitos negativos. Minhas sugestões pressupõem a<br />

manutenção da representação proporcional e o reconhecimento de que ela é a<br />

melhor opção para escolha de representantes no Brasil.<br />

Representação proporcional no Brasil: o que não<br />

funciona?<br />

Comecemos por um truísmo: a premissa que orienta qualquer reforma é que<br />

algo precisa ser mudado, pois não está funcionando bem. Por isso, toda boa<br />

reforma sempre deveria começar com um bom diagnóstico. Seguindo a premissa,<br />

cabe perguntar: afinal, o que não está funcionando bem com o modelo de<br />

representação proporcional em vigor no Brasil? Para responder, vamos separar<br />

as críticas em dois grupos. O primeiro contempla as críticas feitas à representação<br />

proporcional em geral; o segundo envolve as críticas endereçadas especificamente<br />

ao modelo de lista aberta. A falta de clareza a respeito desta diferença<br />

tem trazido uma razoável confusão ao debate da reforma eleitoral no Brasil.<br />

Antes, porém, vale a pena tratar de um tema que é tradicionalmente apontado<br />

como o principal defeito da representação política no Brasil. Muitos eleitores<br />

não entendem como alguns candidatos recebem excelente votação e não se<br />

elegem; enquanto outros, com votações menores podem se beneficiar dos votos<br />

de candidatos que conseguiram sozinhos ultrapassar o quociente eleitoral. Na<br />

eleição de 2010, tivemos alguns exemplos na disputa para deputado federal. A<br />

candidata Luciana Genro (PSOL-RS) obteve 129 mil votos e foi a quinta indi-

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