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REFORMA POLÍTICA DEMOCRÁTICA

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Suplente de senadores: representatividade e governabilidade 249<br />

Comentários finais<br />

Nos últimos anos, a sociedade brasileira vem dando sinais muito claros de descontentamento<br />

com a atuação de seus representantes, exigindo melhor alocação<br />

dos recursos públicos e capacidade gerencial e administrativa. É evidente<br />

o questionamento às nossas instituições políticas, incluindo os partidos, que<br />

costumam ser condenadas como responsáveis por todos os nossos problemas<br />

e mazelas. No entanto, ainda não está claro o que pode ser feito e o que se<br />

deve colocar no lugar. Tampouco a ciência política tem uma resposta taxativa<br />

para resolver tais distorções. Se existe na opinião pública certa consensualidade<br />

quanto à necessidade de mudanças, entre os cientistas políticos, nem todos<br />

concordam que elas são tão necessárias assim. Há quem considere nossas instituições<br />

políticas boas e capazes de dar respostas adequadas para os problemas<br />

e crises que vivenciamos no período pós-autoritário.<br />

Não é o caso dos senadores suplentes. Além deles, pouca gente está disposta<br />

a defendê-los. Nesse contexto, diante da falta de clareza e da incerteza sobre<br />

reformas mais substantivas (mormente nos sistemas eleitoral e partidário), os<br />

senadores suplentes parecem estar com os dias contados, pelo menos como<br />

os conhecemos hoje. Reformas como essas podem ser uma maneira de dar<br />

resposta para a pressão popular. Não resolve o problema maior, mas ajuda a<br />

melhorar a representatividade da classe política.<br />

Mas a crise institucional no país não envolve apenas representatividade.<br />

Ela passa também pelo problema da governabilidade. Conforme sugerimos<br />

neste texto, os suplentes não atrapalham nesse sentido. Pelo contrário, até<br />

ajudam, na medida em que se tornaram um instrumento a mais nas mãos do<br />

Poder Executivo para facilitar a sua relação com o Legislativo e implementar<br />

a sua agenda. Esse é um aspecto que não parece estar sendo considerado nas<br />

discussões. Em um momento em que o Executivo encontra amplas dificuldades<br />

para negociar com o Congresso Nacional, aparece a pergunta: vale a pena<br />

mudar? Não estou sugerindo que não valha; não é esse o meu papel. Até por<br />

que o formato da suplência de senadores no Brasil tornou-se indefensável.<br />

Cabe à sociedade, por meio dos seus representantes, dizer. Aqui, como em<br />

outros pontos da reforma política, parece existir esse dilema constante: como<br />

conciliar representatividade e capacidade governativa? Com a palavra, os ilustres<br />

deputados e senadores, inclusive os suplentes.

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