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REFORMA POLÍTICA DEMOCRÁTICA

Reforma-política-BAIXA

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Introdução 17<br />

to da composição dessas casas. Pedro Neiva discorre, com profundidade, sobre<br />

o problema dos suplentes de senadores, que, mesmo não recebendo nenhum<br />

voto nas eleições, pois as regras eleitorais não preveem escrutínio próprio para<br />

eles, possuem uma série de direitos institucionais que, na verdade, são privilégios<br />

inexistentes para os suplentes de deputados, além de poderem ocupar,<br />

como não raramente acontece, o cargo de seus titulares. Ou seja, o Senado<br />

Federal, uma casa do sistema representativo, pode ser composto, em caso<br />

de vacância dos titulares eleitos, por representantes não eleitos. Por sua vez,<br />

Francisco Fonseca traz informações e ponderações críticas sobre uma questão<br />

polêmica na estrutura político-institucional brasileira: a desproporcionalidade<br />

das bancadas estaduais na Câmara dos Deputados.<br />

A segunda parte se encerra com o artigo de Bruno Pasquarelli, que analisa<br />

o processo recente de reforma política no Chile, país onde mudanças institucionais<br />

significativas foram aprovadas em janeiro de 2015, como, entre outras,<br />

a substituição do sistema eleitoral binomial, implementado na ditadura de<br />

Augusto Pinochet, pelo sistema proporcional e a adoção de cotas de gênero. O<br />

artigo ilustra como essa reforma política chilena, cujo projeto básico partiu do<br />

Poder Executivo, mediante Mensagem Presidencial, foi um processo difícil,<br />

cujos resultados são incertos, no qual as disputas políticas entre as coalizões<br />

parlamentares ocorreram de modo intenso.<br />

Por outro lado, após o artigo referido ter sido entregue, eclodiu no Chile,<br />

avaliado até então como o país mais transparente da América Latina, uma impactante<br />

crise política tendo como motivo central a corrupção. Os escândalos<br />

estão sendo investigados e envolvem políticos de quase todos os partidos. Seu<br />

epicentro está em doações empresariais ilegais a campanhas eleitorais. Em resposta,<br />

o governo chileno está retomando a agenda da reforma política, desta<br />

vez para propor o fim das doações das empresas. O impacto da crise, até o<br />

momento, fez com que todos os partidos concordassem com a nova proposta<br />

governamental. Aparentemente, o Chile tende a realizar aquilo que a maioria<br />

dos partidos políticos brasileiros reluta em fazê-lo: a libertação das eleições do<br />

patrocínio empresarial aos candidatos e partidos.<br />

A terceira e última parte do livro intitula-se Frentes de Luta pela Reforma<br />

Política e contém cinco artigos de lideranças políticas e da sociedade civil organizada.<br />

Os dois primeiros são de líderes políticos, um partidário e outro

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