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REFORMA POLÍTICA DEMOCRÁTICA

Reforma-política-BAIXA

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172 Reforma política democrática<br />

nhas eleitorais típicas do sistema eleitoral brasileiro, associada à liberdade de<br />

arrecadação que conduz a grandes diferenças entre os montantes de recursos<br />

de campanha utilizados pelos candidatos, cria uma configuração eleitoral que<br />

dificulta o sucesso de candidatos com menos arrecadação, como as mulheres.<br />

O voto político majoritário (ou distrital como tem sido chamado no Brasil)<br />

vem sendo apresentado por alguns partidos no Congresso como uma forma<br />

de solucionar limites do atual sistema, particularmente para aproximar representantes<br />

e representados. Do ponto de vista da representação política das<br />

mulheres porém, esse tipo de sistema eleitoral pioraria uma situação já pouco<br />

promissora. A análise apresentada neste capítulo demonstra que o percentual<br />

de mulheres em países da América Latina com sistema misto (parte majoritária<br />

e parte proporcional) somente é elevado naqueles que utilizam cotas na<br />

parte majoritária desse sistema. Se os partidos brasileiros não cumpriram a lei<br />

de cotas por quase duas décadas, mesmo na vigência de um sistema eleitoral<br />

em que as candidaturas de mulheres praticamente não interferem nas candidaturas<br />

e chance de sucesso dos homens, é improvável que eles concordem em<br />

empregar cotas em um sistema majoritário com vagas uninominais.<br />

Por este motivo, a proposta principal apresentada por aqueles que advogam<br />

em favor da urgência no aumento do número de mulheres eleitas é pela<br />

permanência do sistema de representação proporcional, mas com o fechamento<br />

das listas. Pois, além de baratear as campanhas, combater a corrupção e fortalecer<br />

os partidos, seria também uma opção para assegurar um aumento no<br />

percentual de mulheres eleitas. A aplicação das cotas, com mandato de posição<br />

em listas fechadas dos partidos, ampliaria o percentual de mulheres eleitas<br />

no Brasil para algo em torno de 30%. Ou seja, um índice significativamente<br />

superior aos 9,9% atuais.<br />

Por fim, uma outra questão central do debate é a política de financiamento<br />

de campanha. Com base na constatação da preponderância do financiamento<br />

de campanha sobre as chances de eleição dos candidatos, três propostas<br />

inter-relacionadas têm sido apresentadas como alternativa ao modelo atual.<br />

Uma delas é pelo financiamento público exclusivo de campanha; a outra é<br />

pela proibição das doações de pessoas jurídicas (empresas); e a última é pela<br />

estipulação de um teto nominal para os gastos e doações de campanha. Seriam<br />

essas propostas/soluções para aumentar a representação política das mulheres?

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