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REFORMA POLÍTICA DEMOCRÁTICA

Reforma-política-BAIXA

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A reforma que desafia o Congresso 289<br />

como é hoje no Brasil, personaliza a escolha e, portanto, não ajuda a consolidar<br />

a relação do eleitor com um programa e um partido, que deve ser o<br />

alicerce da democracia e instrumento próprio de mediação entre o cidadão e<br />

o Estado. O voto em lista pretende fortalecer os partidos e a escolha de propostas,<br />

ideias e programas.<br />

Como relator da Comissão Especial da Reforma Política na Câmara dos<br />

Deputados, apresentei essa alternativa para fortalecer e valorizar o voto do<br />

eleitor. O sistema que garante ao eleitor um voto duplo, primeiro escolhendo<br />

o partido de sua preferência, votando na lista, e a seguir votando no seu candidato.<br />

Assim, se o partido elege, por hipótese, seis deputados, três são os mais<br />

votados nominalmente e três são os primeiros da lista. É um sistema proporcional<br />

misto e uma de suas virtudes é garantir a representação de minorias e<br />

setoriais, que no sistema de voto distrital tendem a desaparecer.<br />

Como aspecto central desse novo sistema eleitoral, defendemos o financiamento<br />

público exclusivo de campanha, porque não podemos continuar a<br />

ter eleições baseadas na força do poder econômico. Os números sobre o aumento<br />

da influência do poder econômico no sistema político e nos resultados<br />

eleitorais são inequívocos. Em 2002, os gastos declarados à Justiça Eleitoral<br />

por partidos e candidatos nas campanhas para deputado federal alcançaram<br />

189,6 milhões de reais; em 2010, esse valor chegou ao montante de 908,2<br />

milhões de reais, um crescimento de 479% em oito anos. Na mesma direção,<br />

as campanhas presidenciais, que custaram R$ 94 milhões em 2002, alcançaram<br />

a cifra de 590 milhões de reais em 2010, um crescimento de 627% em<br />

oito anos. Com o crescimento global dos gastos eleitorais, ampliou-se também<br />

o poder de influência dos grandes financiadores diante de candidatos e<br />

partidos, pois 75% dos recursos doados nas eleições de 2010 foram provenientes<br />

das pessoas jurídicas.<br />

Se o aumento exponencial do montante dos recursos utilizados nas campanhas<br />

já é bastante emblemático, a preocupação cresce quando se analisa<br />

a relação entre gastos de campanha versus resultados eleitorais. A partir das<br />

informações disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a análise<br />

das prestações de contas dos candidatos a deputado federal, em 2010,<br />

mostra que, entre os 513 eleitos, 369 (72% do total) foram os que mais<br />

gastaram nas campanhas nos seus estados. Os 513 eleitos gastaram em mé-

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