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REFORMA POLÍTICA DEMOCRÁTICA

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140 Reforma política democrática<br />

Cabe sempre lembrar a recomendação de Max Weber (1978): se o Parlamento<br />

deixa a desejar, é preciso dar poder ao Parlamento. Mas seria certamente<br />

um desastre tentar fazê-lo por mero fiat institucional, como se não tivesse<br />

havido razões concretas para as prerrogativas correntes do Poder Executivo.<br />

Seria preciso, numa palavra, “endurecer” a estrutura interna da Câmara, e<br />

isso não se alcança sem atuar sobre a chamada “conexão eleitoral”. Se cada<br />

deputado deve seu mandato não ao chafariz da praça ou a alguma outra emenda<br />

orçamentária de natureza distributiva (ou, muito pior, ao seu financiador<br />

individual), mas a uma convenção partidária estadual, o jogo com o governo<br />

no plenário é mais duro, porque a negociação vai incidir sobre plataformas<br />

coletivas e mobilizar bancadas com maior intensidade que agora. Reforçam-<br />

-se a posição organizacional e o poder de barganha do Congresso. Governo<br />

e financiadores seriam levados a lidar com níveis mais altos de organização<br />

política no lado dos partidos, em vez de descer ao varejo de lidar com cada<br />

deputado individual, desesperado por visibilidade e dinheiro para a sua próxima<br />

campanha.<br />

Ao longo dos últimos 80 anos, é natural que tenhamos aprendido sobre a<br />

operação da lista aberta mais do que a geração de seus inventores, como Assis<br />

Brasil, Pedro Aleixo e Agamenon Magalhães, teria podido imaginar. Voltar a<br />

girar a roda dessa história é a melhor homenagem que lhes podemos prestar.<br />

Referências bibliográficas<br />

ABRANCHES, Sérgio. “Presidencialismo de coalizão: o dilema institucional brasileiro”. Dados:<br />

Revista de Ciências Sociais, 31 (1): 5-34. Rio de Janeiro, 1988.<br />

______. “As oligarquias e a inércia política”. Ecopolítica, 26 abr. 2013. Disponível em: ,<br />

acesso em mar. 2015.<br />

BLAIS, André; DOBRZYNSKA, Agnieszka; INDRIDASON, Indridi H. “To adopt or not<br />

to adopt proportional representation: the politics of institutional choice”. British Journal of<br />

Political Science, 35: 182-90, 2004.<br />

BOIX, Carles. “Setting the rules of the game: the choice of electoral systems in advanced democracies”.<br />

The American Political Science Review, 93 (3): 609-24, set. 1999.<br />

CARSTAIRS, Andrew McLaren. A short history of electoral systems in Western Europe. Londres:<br />

George Allen & Unwin, 1980.<br />

GUARNIERI, Fernando. “A força dos partidos ‘fracos’”. Dados: Revista de Ciências Sociais, 54<br />

(1): 235-58. Rio de Janeiro, 2011.

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