REFORMA POLÍTICA DEMOCRÁTICA
Reforma-política-BAIXA
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Reeleição e unificação de mandatos 233<br />
Em muitos países presidencialistas, a reeleição é prática comum. Os EUA, por<br />
exemplo, passaram a adotá-la por apenas um mandato consecutivo somente na<br />
década de 1940. Presidentes recentes, como Ronald Reagan, Bill Clinton, George<br />
Bush e Barack Obama, por exemplo, foram reeleitos. Antes daquela proibição,<br />
a reeleição era ilimitada, e o ex-presidente Franklin Delano Roosevelt foi eleito<br />
e reeleito para quatro mandatos, tendo governado os EUA por 16 anos. Já em<br />
nações como Bolívia, Equador e Venezuela, a reeleição é ilimitada. Hugo Chávez,<br />
Rafael Correa e Evo Morales foram eleitos três vezes consecutivas para comandar<br />
seus respectivos países. Na Argentina e na Colômbia, por sua vez, a reeleição é<br />
permitida para apenas um mandato consecutivo, ao passo que no Chile e no<br />
Uruguai ela é proibida, não estando vedado, no entanto, que um ex-presidente,<br />
após o período de um mandato comandado por outra pessoa, possa reapresentar-<br />
-se novamente nas urnas para pleitear o cargo. As recentes vitórias de Michele<br />
Bachelet, no Chile, e Tabaré Vásquez, no Uruguai, são exemplos disto.<br />
Um senso comum relativo à reeleição diz que mandatários que buscam um<br />
segundo mandato seriam mais preocupados com a questão do equilíbrio das<br />
contas públicas do que outros, que não têm interesse em reeleger-se. Estudo<br />
realizado por Meneguim, Bugarin e Carvalho (2005) demonstra que “o incremento<br />
tanto na despesa de custeio quanto na despesa total diminui o porcentual<br />
de votos válidos obtidos pelos prefeitos candidatos. Da mesma forma, a<br />
preferência do eleitorado diminui com o aumento dos tributos”. Esses autores<br />
ainda acrescentam o seguinte:<br />
No geral, com relação à despesa agregada, as evidências mostram que o governante<br />
que pretende se reeleger tende a controlar os gastos públicos, pois suas chances de<br />
reeleição diminuem à medida que a despesa per capita aumenta. Quando se discrimina<br />
a despesa entre custeio (manutenção da máquina administrativa) e investimentos<br />
públicos (obras), nota-se que o eleitor apena a primeira e premia a última,<br />
confirmando a intuição de que obras públicas cativam o eleitorado. Do lado da<br />
receita, o eleitor favorece o governante que consegue recursos para o município,<br />
em especial os que não são obtidos via política tributária. 2<br />
2<br />
MENEGUIM, Fernando; BUGARIN, Mauricio; CARVALHO, Alexandre. O que leva um<br />
governante à reeleição? Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada: Texto para Discussão n o .<br />
1135, Rio de Janeiro, 2005.