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REFORMA POLÍTICA DEMOCRÁTICA

Reforma-política-BAIXA

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Voto facultativo: muito barulho<br />

por pouco<br />

André Marenco<br />

Periodicamente, o tema do “voto facultativo” retorna à agenda de reformas políticas<br />

a serem promovidas no Brasil: pesquisas interativas são publicadas, repetindo<br />

as imagens sobre a desconfiança em relação aos políticos e o desejo expresso<br />

por eleitores em não comparecer à seção eleitoral, debates são promovidos, referências<br />

ao número de democracias sem a obrigatoriedade do voto são lembradas.<br />

Os argumentos favoráveis ao voto facultativo podem ser resumidos a três<br />

conjuntos de alegações: [i] a maioria das democracias ou países que realizam<br />

eleições não adotam mais o voto obrigatório; [ii] sendo um direito, não deveria<br />

haver obrigatoriedade no voto, permitindo a cada indivíduo decidir se deseja ou<br />

não exercê-lo; [iii] com o voto facultativo, apenas os cidadãos mais atentos ou<br />

interessados nas decisões políticas compareceriam às urnas, conferindo maior<br />

qualidade na escolha da representação, potencial de responsabilização dos eleitos,<br />

e reduzindo patologias, como compra de votos, clientelismo e corrupção.<br />

De fato, entre nações que apresentam elevados escores de liberdades civis<br />

e direitos políticos 1 , cerca de 85% não possuem constrangimentos legais ao<br />

exercício do voto. Em contraste, existem ainda 26 países que possuem voto<br />

obrigatório:<br />

1<br />

Ver classificação promovida pela Freedom House em: .

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