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REFORMA POLÍTICA DEMOCRÁTICA

Reforma-política-BAIXA

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270 Reforma política democrática<br />

sistas, e comprometendo-se com a manutenção da democracia. Em segundo<br />

lugar, partidos de direita, esquerda e de centro (como o PDC) mudaram suas<br />

perspectivas ideológicas. Antes do golpe militar de 1973, a ideologia dos partidos<br />

era mais forte, o que dificultava a formação de coalizões. Contudo, no<br />

Chile contemporâneo, as legendas não são mais caracterizadas pela polarização<br />

dos anos 1970, mas sim pelo pluralismo moderado, o que fez aumentar o<br />

grau de interação, de cooperação interpartidária e de formação de coalizões.<br />

Desse modo, a estrutura partidária chilena está cada vez mais se assemelhando<br />

ao bipartidarismo, pois os incentivos para a formação de coalizões e manutenção<br />

da disciplina são grandes. No entanto, talvez a mais notável característica<br />

do atual sistema partidário do Chile seja a proeminência de duas coalizões<br />

multipartidárias que têm se mostrado mais duráveis do que qualquer coalizão<br />

legislativa durante todo o período de 1932 a 1973.<br />

O novo sistema eleitoral: posicionamento partidário,<br />

efeitos e características<br />

A nova configuração institucional não poderia passar sem uma grande disputa<br />

entre os dois blocos partidários. Produziu-se uma extensa discussão sobre os<br />

possíveis efeitos e custos que a reforma poderia trazer ao sistema eleitoral. Por<br />

um lado, partidos da situação argumentavam acerca da necessidade de reforma<br />

do sistema binomial devido às grandes distorções de representatividade e<br />

de competência. Por outro lado, oposicionistas destacavam que o projeto de<br />

Michelle Bachelet põe em risco a estabilidade política do país. Sendo assim, a<br />

principal disputa entre congressistas da situação e da oposição ocorreu devido<br />

à falta de um acordo mais amplo sobre a própria reforma, a realização de<br />

primárias e a lei de cotas. Ademais, os alcances da implementação das novas<br />

normas para os partidos políticos e os informes financeiros sobre o aumento<br />

do gasto fiscal motivaram diversas reservas de constitucionalidade.<br />

A UDI, principal partido oposicionista, foi um dos principais atores contrários<br />

ao novo projeto, rechaçando a reforma. O argumento central é que<br />

o incremento de deputados não é necessário, pois aumenta os cursos e não<br />

melhora as distorções do atual sistema, sustentando que a reforma estimula o<br />

multipartidarismo polarizado e diminui os incentivos para ampliar os pactos

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