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O MOVIMENTO INFORMÁTICO NAS ESCOLAS PORTUGUESAS ...

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A iniciativa, a persistência, as capacidades argumen-<br />

tativa e de conceptualização, a organização, são algumas das<br />

qualidades potencializadas pelo estado-nascente e cultural-<br />

mente apreciadas pela civilização ocidental 38 . Ora as<br />

quali-dades propiciadas pelo estado-nascente pressupõem a<br />

ultra-passagem prévia de um estado depressivo, como a<br />

fotografia pressupõe o seu negativo.<br />

Não estamos a querer dizer que as ilusões informáticas<br />

se fundam nas desilusões informáticas. Para já, basta-nos<br />

constatar, como fizemos no primeiro capítulo, que há uma<br />

produção social de ilusões inspirada na existência de<br />

computadores. Podemos pensar que a força dessas ilusões foi<br />

bem acolhida por um número razoável de pessoas, porque elas<br />

eram capazes de satisfazer algumas das suas necessidades<br />

sócio-afectivas. Ao crescer o número de pessoas afectiva-<br />

mente ligadas aos computadores e desejosas do seu sucesso, o<br />

fenómeno informático tornou-se um fenómeno social. As desi-<br />

lusões informáticas vêm depois, sobre o pano de fundo<br />

utópico das ilusões informáticas, que, por isso mesmo, podem<br />

não ser sequer beliscadas pela experiência prática. É sempre<br />

possível, como o faz Papert, afirmar que o obstáculo à<br />

realização das mudanças não é o facto de isso não ser reali-<br />

zável, mas antes o facto de não estarem criadas as condições<br />

38 Alberoni, 1989 (cit.), defende que, no Oriente, a construção<br />

cultural mais prestigiada como saída do estado depressivo é o karma,<br />

pensamentos e práticas de dispersão de tensões psico-sociais.<br />

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