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O MOVIMENTO INFORMÁTICO NAS ESCOLAS PORTUGUESAS ...

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horizontalmente sobre a geografia e verticalmente sobre os grupos<br />

sociais, pois sem o controle da legitimidade social não há recolha de<br />

impostos nem controle da violência privada. A diferenciação da socie-<br />

dade em camadas em forma de pirâmide, como costuma fazer a sociologia, é<br />

também pensada em função das necessidades de construção de redes sociais<br />

extensas no território, como parte integrante dos processos de<br />

democratização, de derrube da ordem anterior, bem mais rigidamente<br />

hierarquizada que a ordem moderna.<br />

Não significa isto que haja qualquer determinismo histórico no<br />

processo civilizacional ou qualquer impossibi-lidade de transformação ou<br />

inversão do mesmo. Pelo contrá-rio, se se considerar um tempo<br />

suficientemente longo, são fáceis de identificar grandes transformações<br />

nas alianças sociais que vão levando a cabo as tarefas modernizadoras<br />

95 . O que o efeito civilizacional fixa são condicionantes epis-<br />

temológicas, sociais e funcionais de tais transformações,<br />

95 No caso do sistema escolar, por exemplo, que é uma instituição<br />

de redistribuição de saberes, as teorias educativas são o produto do<br />

labor intelectual, na generalidade dos casos de pessoal ligado, directa<br />

ou indirectamente, a funções de controle do aparelho de Estado central<br />

sobre a instituição escolar. Certamente ligados de formas diversas, e<br />

com objectivos pessoais e de grupo diferenciados, mas unidos num debate<br />

sobre as formas de descobrir de que forma a escola melhor pode cumprir<br />

os seus desígnios institucionais, como a escola pode superar as suas<br />

deficiências, como pode ser diferente. O tema da mudança é quase obriga-<br />

tório, pois nada propor não justifica nem legitima o esforço e a produ-<br />

ção intelectual. A frustração pessoal, ou de grupo, por o Estado não<br />

aceitar, ou não aceitar a cem por cento, as propostas de mudança do<br />

teorizador pode justificar a tendência de se procurar avançar com a<br />

«verdadeira» mudança, em contraponto com a falsa (inconsciente e não<br />

planeada) mudança, que, afinal, sempre acaba por acontecer.<br />

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