11.04.2013 Views

O MOVIMENTO INFORMÁTICO NAS ESCOLAS PORTUGUESAS ...

O MOVIMENTO INFORMÁTICO NAS ESCOLAS PORTUGUESAS ...

O MOVIMENTO INFORMÁTICO NAS ESCOLAS PORTUGUESAS ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

estratégica por vários agentes educativos. Por outro lado, houve, por<br />

parte dos professores, uma forte reacção à possibilidade de<br />

acantonamento da informatização da escola no seu lado científico-<br />

técnico. Prova disso é a existência de associações de professores de<br />

Inglês e História para o desenvolvimento da informática, para ser<br />

utilizada nas respectivas disciplinas.<br />

Há nas escolas um desejo informal e formal de evitar continuar a<br />

propagar socialmente junto dos alunos a dicoto-mia letras/ciências, a<br />

base epistemológica do efeito tecno-crático.<br />

Que acontecerá de futuro, à medida que as escolas forem<br />

conseguindo fazer passar para os seus alunos a desconfiança na divisão<br />

estanque dos saberes disciplinares e da supe-rioridade natural de uns<br />

saberes sobre os outros? Será a instituição escolar capaz de transformar<br />

o antagonismo epis-temológico tradicional entre uma concepção<br />

dogmatizada dos saberes científicos e uma desvalorização social dos<br />

saberes humanísticos e das ciências sociais, num espaço de coope-ração<br />

de conhecimentos com vista à resolução de problemas?<br />

A escola, através da política de promoção da igualdade de<br />

oportunidades e de abertura universal a toda a população que caracteriza<br />

a escola de massas, não conseguiu evitar o efeito civilizacional, tal<br />

como o definimos atrás, isto é, a hierarquização social. Também no caso<br />

da informática não conseguiu promover um acesso igualitário aos<br />

computadores por parte de todos os seus alunos. Mas nem por isso seria<br />

justo afirmar que a política de que a instituição escolar é instrumento<br />

é inconsequente. Como poderíamos conceber a nossa vida actual sem a<br />

escola de massas? Quem está disposto a prescindir dela?<br />

Da mesma forma podemos esperar da escola alguma continuidade na<br />

intervenção a nível do efeito tecnocrático, intervenção essa pedida por<br />

diversos autores desde pelo menos a Segunda Grande Guerra (cf. Snow,<br />

1956, e Davenport, 1970), de efeitos estruturantes, mesmo se não forem<br />

especta-culares.<br />

Então, que justifica a atitude dos inspiradores do movimento<br />

informático nas escolas, nomeadamente Papert, de desconfiança na<br />

428

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!