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O MOVIMENTO INFORMÁTICO NAS ESCOLAS PORTUGUESAS ...

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Para uns, e um pouco como sempre acontece em processos de mudança,<br />

parece que tudo se ficou pelas promessas. Não houve capacidade de<br />

continuar a mobilizar as pessoas entu-siasmadas para cumprirem os<br />

objectivos fundadores e origi-nais, no fim ainda não plenamente<br />

preenchidos. É o discurso dominante dos que não podem decidir sobre a<br />

afectação dos recursos socialmente disponíveis, como a generalidade dos<br />

professores do secundário, e se vêem obrigados a prescindir de<br />

competências e capacidades próprias, depois de verem desprezado o seu<br />

labor.<br />

Para outros, aqueles cuja vida profissional é mais livre - por<br />

exemplo, os professores universitários -, as potencialidades inovadoras<br />

do Projecto Minerva e as capaci-dades de luta por ideias vão-se<br />

esgotando. As virtudes do Projecto, por si só, deixam de compensar os<br />

efeitos perversos e de parasitismo que as acompanham 75 . A mobili-zação<br />

de recursos humanos e materiais, ou até de melhores condições de<br />

trabalho pessoal, em prol dos mesmos objectivos genéricos do Minerva,<br />

pode ser conseguida por vias alterna-tivas. O Projecto Minerva<br />

constitui, para este tipo de participantes, apenas (mais) um dos campos<br />

onde fazem os seus investimentos pessoais, profissionais e de poder.<br />

A nível dos funcionários ministeriais, as posições também variam,<br />

consoante a capacidade de decisão. Os funcio-nários cuja capacidade de<br />

decisão se circunscreve ao Pro-jecto tendem a acompanhar o argumento do<br />

seu interlocutor, isto é: com os professores do secundário, partilham as<br />

dúvi-das sobre a sua próxima actividade profissional dentro do sistema<br />

de ensino, depois de acabado o Minerva; com os pro-fessores<br />

75 «O coordenador do Projecto, professor universitário, sentia que<br />

o seu afastamento da actividade universitária começava a ter reflexos<br />

negativos sobre a dinâmica da sua própria equipa de investigação [...]»,<br />

afirmou o Prof. Dias de Figueiredo, interrogado sobre a «necessidade de<br />

que se alterasse o modo de coordenação do Projecto a partir de Outubro<br />

de 1988» (cf. Ponte, 1994: 99).<br />

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