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Cartas do CárCere - Estaleiro Editora

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aqui, em Milám, um vigilante perguntou-me ingenuamente se<br />

era verdade que eu, se tivesse troca<strong>do</strong> de bandeira, teria chega<strong>do</strong><br />

a ser ministro. respondim-lhe sorrin<strong>do</strong> que ministro era<br />

um pouco de mais, mas que subsecretário <strong>do</strong>s Correios ou de<br />

obras Públicas poderia tê-lo si<strong>do</strong>, da<strong>do</strong> que tais eram as encomendas<br />

que nos governos se faziam aos deputa<strong>do</strong>s sar<strong>do</strong>s.<br />

sacudiu os ombros e perguntou-me entom por que nom me<br />

convertera num troca-tintas, tocan<strong>do</strong>-se a fronte com o de<strong>do</strong>.<br />

tomara a sério a minha resposta e cria-me louco de atar.<br />

Portanto, alegria! e nom te deixes asobalhar polo ambiente<br />

sar<strong>do</strong> e de aldeia: é sempre preciso ser superiores ao<br />

ambiente em que se vive, sem por isso desprezá-lo ou crerse<br />

superiores. Compreender e razoar, nom choromicar como<br />

umhas mocinhas! Compreendes? devo ser precisamente eu,<br />

que estou em prisom, com umhas perspetivas bastante feias,<br />

a encorajar um mocinho que se pode mover livremente, que<br />

pode aplicar a sua inteligência ao trabalho diário e tornar-se<br />

útil? abraço-te afetuosamente junto a to<strong>do</strong>s os da casa.<br />

Nino<br />

Manda-me o me que prometeche assim que puderes, porque<br />

o necessito de verdade. espero que nom tenha que recorrer à<br />

tua ajuda num tempo.<br />

•<br />

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