12.05.2013 Views

Cartas do CárCere - Estaleiro Editora

Cartas do CárCere - Estaleiro Editora

Cartas do CárCere - Estaleiro Editora

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

vraria para fazer as encomendas. enviei-che há algum tempo<br />

umha listagem de livros para encomendares; entre outras cousas,<br />

havia também a reclamaçom <strong>do</strong> fascículo de setembrooutubro<br />

de Riforma Sociale, que foi extravia<strong>do</strong>. Nom me mencionache<br />

até agora este assunto: escreveche? ou nom pudeche<br />

escrever, por umha razom qualquer? seja como for, pi<strong>do</strong>-che<br />

que me mantenhas informa<strong>do</strong>, para eu saber como guiar-me.<br />

Quereria ter-che escrito já que assinasses também a La Cultura<br />

(soc. editora La Cultura, Via Cappellini, 14, Milám), para<br />

a qual tenho a autorizaçom, mas nom cho escrevim até agora,<br />

precisamente porque nom tivera resposta às encomendas que<br />

mencionava. se se tratar apenas de um esquecimento teu, podes<br />

escrever agora.<br />

Quero precisar melhor umha afirmaçom minha a propósito<br />

da psicanálise, que nom expliquei suficientemente, visto<br />

que causou um equívoco, como parece pola tua carta de 23<br />

de fevereiro. eu nom dixem que estivesse demostra<strong>do</strong> que o<br />

tratamento psicanalítico se adapte somente aos casos de elementos<br />

chama<strong>do</strong>s «humilha<strong>do</strong>s e ofendi<strong>do</strong>s»; nom sei nada<br />

a propósito e nom sei se alguém até agora colocou a questom<br />

nesses termos. som algumhas reflexons pessoais minhas, nom<br />

verificadas pola crítica mais fidedigna e gerada cientificamente<br />

da psicanálise, que che apresentei para explicar a minha atitude<br />

em relaçom à <strong>do</strong>ença de Giulia: esta atitude nom é pois<br />

tam pessimista como che pareceu e nomeadamente nom foi<br />

baseada em fenómenos de ordem tam primitiva e tam baixa<br />

como che levou a crer a expressom «humilha<strong>do</strong>s e ofendi<strong>do</strong>s»,<br />

que empreguei pola sua brevidade e apenas como umha referência<br />

genérica. eis o meu ponto de vista: creio que to<strong>do</strong> aquilo<br />

que de real e concreto se pode salvar <strong>do</strong> échaffaudage [sic]<br />

psicanalítico pode e deve restringir-se a isto, à observaçom da<br />

devastaçom que causa em muitas consciências a contradiçom<br />

316

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!