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Cartas do CárCere - Estaleiro Editora

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jüdisch, sordidamente judaico 152 . Pois bem, parece-me que<br />

orientache a tua vida neste senti<strong>do</strong> «sordidamente judaico»,<br />

sem estar intimamente convencida dele, como nom podias<br />

está-lo, e com justiça. Precisamente, a tua personalidade, para<br />

mim, tinha necessidade de sair desta «fase» primordial, de<br />

se descobrir, de desnovelar muitos elementos da tua anterior<br />

existência de artista «desinteressada» (que nom quer dizer<br />

sustenta<strong>do</strong>s nas nuvens, evidentemente), ou seja «interessada»<br />

no senti<strong>do</strong> nom imediato e mecánico da palavra. Nom quero<br />

deixar-me levar a um sermom livresco. Querida, espero que<br />

sintas que és e podes ser cada vez mais livre para me manifestares<br />

to<strong>do</strong>s os teus pensamentos e sentimentos. desde há<br />

muito tempo nom recebo umha fotografia tua: acho seria mui<br />

útil (além de desejada) para julgar as tuas condiçons físicas;<br />

deverias também escrever-me o teu peso. Igualmente, no caso<br />

de delio e Giuliano deverias enviar-me fotografias melhores<br />

que as últimas que recebim, com os da<strong>do</strong>s da estatura e <strong>do</strong><br />

peso. abraço-te com tenrura.<br />

antonio<br />

N. B.: aguar<strong>do</strong> nom interpretes mal a expressom «sordidamente<br />

judaico» que empreguei mais acima. observo isto porque<br />

recentemente mantivem com tania umha discussom epistolar<br />

sobre o sionismo e nom gostaria de que me tivesses por<br />

«antisemita» devi<strong>do</strong> a estas palavras. Nom era judeu o autor<br />

delas?<br />

152 G. refere-se a Marx, 1ª tese sobre Feuerbach, e nomeadamente ao seguinte<br />

fragmento: «...na Essência <strong>do</strong> Cristianismo considera apenas (o mo<strong>do</strong> de agir)<br />

teorético como declaradamente humano, enquanto a praxe é concibida (e estabelecida)<br />

apenas na sua representaçom (sordidamente) judaica. Portanto, nom<br />

concebe a importáncia da atividade «revolucionária», da atividade práticocrítica».<br />

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