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Cartas do CárCere - Estaleiro Editora

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compra de medicaçons especiais por parte da administraçom.<br />

sabes que só agora lembrei que tu, em 1928, quan<strong>do</strong> me enviache<br />

a mala que che entregaram no Judiciário, nom enviaras<br />

a chave? Perdera-se já na altura? ou esqueceche enviá-la? a<br />

tanta distáncia de tempo estas perguntas farám-che rir, mas<br />

por vezes som mesmo estas cousinhas as que se lembram, melhor<br />

<strong>do</strong> que outras mais importantes.<br />

8 de março de 1934<br />

•<br />

(Carta 140)<br />

Queridíssima mamae 189 ,<br />

no ano passa<strong>do</strong>, por causa das graves condiçons de saúde em<br />

que me encontrava precisamente nestes dias, nom me foi possível<br />

enviar-che os parabéns polo teu santo. Nom quero que<br />

também este ano decorra sem lembrar-che a minha grande<br />

tenrura.<br />

tatiana mantivo informada teresina das minhas novas<br />

condiçons de vida, que mesmo se nom fôrom as melhores,<br />

nom podem ser comparadas, certamente, com as de um ano<br />

atrás. Nom escrevim até agora porque estivem sempre um<br />

pouco despista<strong>do</strong> e também porque sabia que tatiana, que<br />

vem visitar-me to<strong>do</strong>s os <strong>do</strong>mingos, vos mantinha informadas.<br />

189 Como se vê, G. ignorava ainda nesta data a morte da mae, acontecida no<br />

fim de 1932.<br />

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