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Cartas do CárCere - Estaleiro Editora

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14 de março de 1933<br />

400<br />

(Carta 133)<br />

Queridíssima tania,<br />

escrevo-che apenas umhas poucas palavras. Na terça-feira<br />

passada, exatamente, de manhá ce<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> me erguia da<br />

cama, caim ao chao sem que conseguisse erguer-me só. to<strong>do</strong>s<br />

estes dias estivem sempre na cama, mui débil. o primeiro dia<br />

estivem sob um certo esta<strong>do</strong> de alucinaçom, se assim se puder<br />

chamar, e nom dava coordena<strong>do</strong> ideias com ideias, e as ideias<br />

com as palavras apropriadas. estou ainda débil, mas menos<br />

que aquele dia. Pi<strong>do</strong>-che que venhas à conversa logo o permitam<br />

depois desta carta minha, porque gostaria de falar-che<br />

de um projeto que mencionei ao <strong>do</strong>utor Cisternino, que nom<br />

o encontrou de impossível realizaçom, embora difícil. Quero<br />

falar contigo disto, também porque tenho a cabeça confusa e<br />

tu poderás ajudar-me a juntar as suas partes com precisom.<br />

abraço-te com tenrura.<br />

antonio<br />

Parece-me lembrar que o <strong>do</strong>utor Cisternino qualificou a minha<br />

crise de anémia e de debilidade cerebrais.<br />

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