12.05.2013 Views

Cartas do CárCere - Estaleiro Editora

Cartas do CárCere - Estaleiro Editora

Cartas do CárCere - Estaleiro Editora

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

obustos e impetuosos e que se interrompe e cora quan<strong>do</strong> é<br />

escuita<strong>do</strong> por um «intelectual», mesmo se for um amigo.<br />

abraço-te.<br />

antonio<br />

11 de abril de 1932<br />

•<br />

(Carta 106)<br />

Querida Iulca,<br />

quero acrescentar ainda algumhas observaçons à minha carta<br />

anterior 155 , que se calhar che pareceu um pouco incoerente, e<br />

nom mui conclusiva. Imagino que isso pode acontecer, porque<br />

as minhas cartas me produzem essa impressom a mim próprio,<br />

assim que as escrevo. devo escrever num horário fixo,<br />

num dia determina<strong>do</strong>: a obsessom de que nom chega o tempo<br />

para escrever tu<strong>do</strong> quanto gostaria, resulta em que acabo por<br />

escrever de maneira elíptica, por alusons, juntan<strong>do</strong> os pensamentos<br />

que germinam quan<strong>do</strong> os fixo por escrito no esboço<br />

da carta, pensa<strong>do</strong>s antes de me pôr a escrever, ten<strong>do</strong> assim<br />

como resulta<strong>do</strong> um pot-pourri, polo menos na minha impressom.<br />

aquilo que che queria escrever é isto: que as tuas preocupaçons<br />

me parecem injustificadas, por toda umha série de<br />

aspetos relativos à questom que colocache, e que é especialmente<br />

injustifica<strong>do</strong>, por mal interpreta<strong>do</strong>, o meu testemunho<br />

ao respeito. Quan<strong>do</strong> te valorizas a ti própria e o teu contributo<br />

à vida, nom levas em conta que a um certo ponto deche à<br />

155 Cfr. Carta 104.<br />

331

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!