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Cartas do CárCere - Estaleiro Editora

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mo mui contente. aguar<strong>do</strong> ser capaz de ler facilmente o inglês<br />

quan<strong>do</strong> esta ediçom for publicada e poder ler ricar<strong>do</strong><br />

no texto original. o estu<strong>do</strong> que figem sobre os intelectuais<br />

como plano é mui vasto e na realidade nom acho que existam<br />

em Itália livros sobre este tema. existe, com certeza, muito<br />

material erudito, mas disperso num número infinito de revistas<br />

e arquivos históricos locais. de resto, amplio muito a<br />

noçom de intelectual e nom me limito à noçom corrente que<br />

se refere aos grandes intelectuais. este estu<strong>do</strong> leva também a<br />

certas determinaçons <strong>do</strong> conceito de esta<strong>do</strong>, que é entendi<strong>do</strong><br />

habitualmente como sociedade política (ou até como aparato<br />

coercitivo para enquadrar a massa popular, segun<strong>do</strong> o tipo de<br />

produçom e a economia de um momento da<strong>do</strong>) e nom como<br />

um equilíbrio da sociedade política com a sociedade civil (ou<br />

hegemonia de um grupo social sobre a inteira sociedade nacional,<br />

exercida através das organizaçons chamadas privadas,<br />

como a igreja, os sindicatos, as escolas etc.) e precisamente na<br />

sociedade civil, nomeadamente, operam os intelectuais (Benedetto<br />

Croce, por exemplo, é umha espécie de papa laico e é<br />

um instrumento mui eficaz de hegemonia, mesmo se de quan<strong>do</strong><br />

em vez pode nom concordar com este ou aquele governo<br />

etc.). a partir desta conceiçom <strong>do</strong> papel <strong>do</strong>s intelectuais, em<br />

minha opiniom, esclarece-se a razom, ou umha das razons,<br />

da queda das comunas medievais, isto é, <strong>do</strong> governo de umha<br />

classe económica, que nom soubo criar-se a própria categoria<br />

de intelectuais e portanto exercer umha hegemonia, mais <strong>do</strong><br />

que umha ditadura; os intelectuais italianos nom tinham um<br />

caráter popular-nacional, mas cosmopolita, como o modelo<br />

da Igreja, e a Leonar<strong>do</strong> era-lhe indiferente vender ao duque<br />

Valentino os desenhos das fortificaçons de Florença. as comunas<br />

fôrom portanto um esta<strong>do</strong> corporativo, que nom conseguiu<br />

superar esta fase, nem se converteu num esta<strong>do</strong> integral,<br />

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